domingo, 17 de dezembro de 2017
sábado, 25 de novembro de 2017
O preço do trabalho
Repostagem com alterações
Atribuir tempo
e dedicação a um propósito é trabalho e esse requer remuneração. Qual é, então,
o seu verdadeiro preço? Primeiro, devo dizer que os afazeres precisam ocupar um
determinado número de horas na vida, não todas as horas! Aquele que ocupa todas
as horas de sua vida dedicando-se ao meio de sobrevivência é workaholic e para esses há tratamento
específico.
Então, o batente
deve ocorrer o tempo necessário para que nos sintamos produtivos e fornecer
recursos suficientes para desenvolver qualquer outra área em nossas vidas. Isso
quer dizer, que o preço que eu cobro pelo trabalho não é só o equivalente aos
custos do material, despesas para fazê-lo e meu lucro. No entanto, lide é isso
tudo mais a margem de lucro, suficiente, para que eu possa ter um ambiente
saudável dentro de casa, os bens humanos construídos socialmente (equilibrando
capitalismo e necessidade real de determinado bem) e dinheiro para diversão
além do espaço da casa e do ambiente laboral.
Utópico?
Parece, mas sei que a partir do momento que você valoriza o seu trabalho
suficientemente, ele vai ser procurado de forma que precisem te pagar como você
sabe que merece receber. O tempo que você ocupa dedicando-se a um projeto
pedido por outra pessoa deve ser pago.
O local onde angaria
o ganha-pão, também, pressupõe ambiente saudável e equilibrado, tanto emocional
quanto fisicamente. Isto quer dizer que seu corpo deve estar bem confortável no
espaço laboral. Um ponto a ser ressaltado: aqueles que de uma forma ou de outra
não querem pagar, justamente, pelo seu afazer é porque não acreditam nele,
mesmo que digam o contrário.
Concluindo, o
resultado de seu labor é a eficiência, procurando qualidade e superando as
limitações da máquina humana, que pressupõe falhas, mas sabendo usá-las como
argamassa ao ligar as fraturas ao eficiente projeto em desenvolvimento.
Margareth Sales
sábado, 21 de outubro de 2017
Sobre a prática da escrita
Porque tantos de
nós sentimentos dificuldade ao escrever? Como educadora posso afirmar, antes de
tudo, que a dificuldade em escrever se encontra arraigada na dificuldade em ler.
Porque quem lê, geralmente, sabe escrever. Não estou falando de leitura de
símbolos gráficos, mas de letramento, ou seja, aquele que consegue compreender
textos, desenhos, pinturas, uma série de TV, o mundo a sua volta, não apenas
decodificar símbolos.
Viemos de uma educação tradicionalista,
na qual fomos alfabetizados, mas não letrados e os que leem, como citado
anteriormente, escrevem. Quer dizer que não basta, somente, conhecer o CÓDIGO
escrito.
Assim, a primeira regra para uma boa
escrita é uma boa leitura, pressupondo uma boa leitura de mundo, como sempre
citou nosso grande educador: Paulo Freire. A segundo regra para perder o medo
do papel em branco é aprender a comunicar-se. Isso faz, realmente, muita
diferença!
Aprender a comunicar-se é, também, um
dos grandes pré-requisitos para aprender a escrever. Uma das grandes
dificuldades de todas as épocas sempre foi a comunicação. Comunicar-se é imprescindível,
mas não é um comportamento fácil adquirir, haja visto que vivemos numa
sociedade, ideologicamente, opressora. E todo opressor que se preza tem por
principal característica calar as vozes! Cuidado com isso!
Para comunicar-se é preciso uma critica
construtiva da própria realidade e coragem para equilibrar aquilo que precisa
ser dito e o que não é importante ou provocaria só estresse. Resumindo, o
segundo requisito fundamental para uma boa escrita é ser um bom emissor de
mensagens.
Haja visto que um bom emissor de
mensagens é uma pessoa com um forte argumento pessoal a respeito do todo. Esse
forte argumento pessoal desdobra em capacidade de síntese. O que seria então
capacidade de síntese? É a capacidade para observar, antropologicamente, a vida
e fazer um resumo pessoal daquilo que se vê, de forma a conferir sentido ao que
é visto. Quando, então, compreendo bem a realidade que me cerca consigo lê-la e
consigo colocar no papel aquilo que foi lido, mas “eu” compreendo... para que o
outro me compreenda é preciso acesso ao domínio do código escrito, quer dizer
que se não escrevo adotando o mesmo sistema de signos que o outro possui, posso
ter a comunicação truncada por ruídos, esses que se constituem como falhas ao
enviar a mensagem. Argumento é, então, um raciocínio do autor onde deseja
provar uma hipótese. Todo argumento é válido, a partir do momento que se prove
através da pesquisa de indícios que o seu raciocínio é coerente. Para se construir um texto é necessário
definir o que se pretende com esse texto, isso seria o argumento do texto. Escrever é muito gostoso e quem ainda
não experimentou deveria fazê-lo. Alguém falou que a pessoa para ser completa
precisaria ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Eu ressalto:
escrever um livro é realmente fascinante. Quando dizem que um autor “brinca”
com as palavras é porque, na realidade, ele monta e desmonta um texto,
atribuindo significados outros na relação gramatical que a palavra não possuía,
conferindo um significado pessoal em cima de uma realidade dada e fornecendo
novas informações para o mundo que nos cerca, tornando-o mais criativo e mais
significativo.
O texto de opinião pode ser um desnudamento
do autor, uma forma de se fazer conhecido, suas aspirações, seus anseios. Já o
texto de informação, traz clara a diferenciação, ou seja, o autor não pretende se
misturar, se fundir ao texto, apenas informar. Dessa forma, quando o leitor lê
o autor, convencendo-se ou não do argumento levantado pelo escritor, aconteceu
o que esse queria, ou seja, provocar o leitor a uma reflexão crítica, tanto faz
rechaçando o texto lido ou enaltecendo-o.
Conferir novos significados a vida
tira-nos do senso comum, dá-nos novo alento, mais vivacidade e alegria de vida.
Para isso existem os livros e esses estão ai há tantos anos, exatamente, para
ajudar em nossa relação existencial com o mundo de forma a sair da mesmice e
trabalhar com várias ressignificações, ateando fogo e paixão a existência.
Ler e escrever possui intencionalidade,
ou seja, não escrevo apenas como forma de mostrar que tenho domínio sobre o
código escrito, mas escrevo e falo como forma de comunicação. Por último,
quando se aprende a dizer aquilo que se leu na vida, no jornal impresso, no
jornal televisivo ou mesmo nas novelas, se cria um canal onde a escrita
acontece. Se eu sei falar, vou sempre saber escrever, mas se só falo aquilo que
repito do que o outro me disse, tenho uma educação tradicionalista na qual,
também, só sei escrever o que está decorado ou copiado do outro. Para adquirir
conhecimento, preciso ter minha própria visão de mundo, a conexão entre aquilo
que vejo e o que reflito do que vejo. Dessa forma, escreverei a minha fala e
saberei escrever porque é minha e porque já foi falada por mim.
A escrita vai além do escritor, impera,
pede, demanda, não há como fugir de determinados textos, eles vêm, mais cedo ou
mais tarde, vêm... Meu conselho para você que deseja escrever: escrever é uma
arte e como toda a arte, não há parâmetros, nem limites e a aprendizagem se faz
na própria prática. Escrever dando vazão a reflexões pessoais próprias,
condizentes com a percepção crítica de outros, ou não, é arte! Arte é
provocação também, provocação no sentido de angustiar o leitor a tomar uma
posição crítica e reflexiva diante do exposto.
Margareth Sales
domingo, 3 de setembro de 2017
Identidades Roubadas: o romance!
Amigos, o romance está sendo vendido na Ler é Art Livraria, rua Moreira César, 97 - Lj 10 - Centro - São Gonçalo! Quem estive interessado!
Além disso, o romance Rolezinho: O folhetim! Se encontra a venda na Amazon! É só acessar!
;)
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Lançamento Oficial e Apresentação do romance Identidades Roubadas
Diferente dos artistas que aqui se
apresentam, não sou poeta ou poetisa. A minha escrita é a prosa. Segundo Otávio
Paz:
A prosa, que é primordialmente um
instrumento de crítica e análise, exige uma lenta maturação e só se produz após
uma longa série de esforços tendentes a dominar a fala. Seu avanço se mede pelo
grau de domínio do pensamento sobre as palavras.
No entanto, toda a linguagem
literária é uma linguagem artística e a arte rompe com o senso comum. Senso
comum é aquela forma de pensamento que só repete e perpetua o já dito.
Portanto, a arte diz diferente, desconstrói a pseudo-normalidade trabalhando
nas margens ou com as margens. Ou seja, tudo o que se situa fora do centro.
Fora da dita normalidade, inexistente.
Vivemos em um momento de ruptura dessas ditas “normalidades”.
Momento que se trabalha com a diferença e onde o foco é o diferente. E é nesse
momento histórico que se encaixa o meu novo romance, sendo lançado,
oficialmente, nesse espaço. Um romance que desconstrói a figura mítica da
maternidade. Não para apregoar a inexistência de mães boas, mas tal qual
Winnicott mostrar o contraponto: a mãe ruim, doente, que não escolheu ser mãe e
que não assume bem esse papel.
E só podemos conhecer essa mãe, por
meio do protagonista do romance, seu filho: José! Através de José que se lança
um holofote sobre a perversidade materna, veículo condutor de uma violência
doméstica que despersonaliza o filho, roubando-lhe a identidade. Segundo Lya
Luft: “Nem toda mulher nasce para ser mãe, e nem toda mãe é mártir. Muitas são
algozes aliás”. Na página 7:
Nasceu macho. Essa foi a única alegria
que deu a sua mãe. Seu nome era José, como o da Bíblia, pois sua mãe era uma
católica fervorosa, dessa forma se auto-denominava. Por isso, abominava ter
sido tocada pelo marido e desse fruto gerado um filho. Mesmo assim,
orgulhava-se de dizer aos vizinhos que o filho era homem. Não se aproximava da
criança, a não ser para cumprir o seu papel de mãe devota, mas não o cumpria
tão bem assim... E tinha a si mesmo em alta conta por ser tão resignada com o
que o destino mal lhe reservara.
Por não ter ancorado a identidade do
filho, o criou perdido, buscando, desesperadamente, o amor dessa mãe. Como se o
problema da falta de amor estivesse na criança inocente?! Na página 29: “José
voltou para casa, quebrado, mas lutando contra isso, tentando lembrar que
conseguiu muitas mulheres e com raiva da maldade delas. E profundamente
humilhado por voltar à casa da mãe”.
Diante disso, nem sempre o retorno
ao lar é a salvação, às vezes, a fuga é a solução mais saudável. Uma figura
ferida em sua mais tenra infância e que tenta se reconstruir ou construir?
Porque na página 85:
Punido, rechaçado, humilhado eram as
únicas certezas de personalidade que o protagonista possuía. Muitas vezes
pensava sobre si mesmo e imaginava quem era fora desses sentimentos. Nem no seu
melhor relacionamento, se sentiu de verdade, somente tentava-se agarrar com
todas as forças.
Buscando nessas outras mulheres o preenchimento do vazio qua
a primeira mulher de sua vida lhe tinha imputado, viveu só fantasias e ilusões,
não pode ou não conseguiu construir de verdade.
Andava assim no meio das chamas e do
inferno. A pergunta que faço para aqueles que, ainda, não tiveram a experiência
de mergulhar nessas páginas é se na página 88: “Havia uma construção de
desamparo e tragédia fortíssima em sua mente que sem um tratamento terapêutico,
seria muito difícil desaparecer, assim, do nada”. Qual será o caminho para
tratar as vítimas da violência doméstica? Pois na página 115: “Diminuindo sua
autoestima, prejudicou bastante o seu pleno desenvolvimento...”.
O livro, então, é a jornada de José para
descobrir sua identidade, mas será que ele consegue? Assim, deixo a pergunta
que nosso grande poeta Carlos Drummond de Andrade fez: “E... agora José?”
Margareth Sales
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Morando sozinha
Esqueça aquelas bobagens de...
andar pelado pela casa, qual é a importância cósmica disso? Desejo infantil,
né? O desejo de morar sozinho está ligado a assumir-se. Não tem a ver com comer
porcarias, qualquer criança de, hoje em dia, faz isso... Quantos Fandangos se
vendem em um supermercado?! Comer porcarias é prejudicial à saúde e uma
escolha, uns optam por saúde outros por suicídio lento. Morar sozinha é mais do
que isso, é assumir-se e seu lugar no mundo, tornando-se adulto e dono de um
discurso de que o nariz é seu.
Dominar o controle remoto?
Sério! Você quer sair de casa por isso? Nos dias de hoje, também, cada um tem
sua própria televisão e se não, seu próprio computador, existe uma geração
inteira que não assiste mais TV e plugga no Youtube.
Cantar alto sem passar
vergonha, mais uma falácia do ideal de ter seu espaço... Queremos nossa casa
porque queremos nos sentir realizados é sermos capazes de construir uma vida. E
não para arrumar a casa quando quisermos, se a pessoa for adepta da bagunça, do
chiqueiro (para pegar pesado) é com ela, nada disso é pré-requisito para morar
sozinho.
Desmistificando o senso
comum, morar sozinha não é sentir falta da comida da mamãe, principalmente
quando você cozinha bem! Ser mais vítima de assalto. Para! Tá feio! Todos são
potenciais vítimas de assalto, é só procurar um local seguro (nenhum é, claro,
mas tente o melhor possível), amizade com os vizinhos e todas as dicas de
segurança que qualquer um segue. O medo de pagar todas as contas? Pagar contas
é amadurecimento, todos terão que fazer isso! Só se a intenção for imortalizar
a mãe, à semelhança de Norman Bates. Cozinhar só para você é a coisa mais
sensual que você faz quando se gosta! E aí tem-se momentos de cozinhar para os
amigos e, também, o parceiro... Lavar a louça sozinha? Com certeza, é uma das
coisas mais chatas, porém em compensação, você tem sua casa, sua vida e as
regras são ditadas por você! Posso afirmar que compensa!
Margareth Sales
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