terça-feira, 29 de novembro de 2016

Então... é quase Natal!

Texto inédito, só para não perderem o gostinho! hehe


            Sou uma eterna otimista, impactada, sem dúvida, pelas grandes, ENORMES... crises de 2016! O ano em que ficamos pasmos! Mas a vida permeada de crises, chafurdada na dor, não é vida, é sobrevida, é sobreviver!
            Portanto, estamos à porta de Dezembro, o mês das confraternizações, o mês do balanço e quando, ainda, estamos encerrando uma graduação é um novo balanço a ser efetuado. No entanto, não é momento de falar do medo do mercado de trabalho, do que será das nossas vidas daqui por diante! É hora de falar de amigos, pois vamos iniciando o mês das confraternizações. Amigo é, realmente, coisa para se guardar debaixo de sete chaves. E o amigo de graduação? Aquele que chorou com você quando você foi para final, quando bombou ou, mesmo, quando seu CR desceu, porque, claro, para uns, isso não significa nada, focam no diploma, para outros o que importa é a nota, cada um é cada um em suas especificidades e dores.
            Como diz a música: “Nesse ano quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo que me dê à mão”. Amigos de corredor, amigos para chorar no banheiro, amigos para bater um papo cabeça no bar da frente. Amigo para desejar, ardentemente, a segunda-feira para contar que, finalmente, tirou a teia de aranha! Ou que aquele Mané do seu noivo pediu em casamento! Ufa! Amigos para comemorar mesmo com um sorriso amarelo que você está grávida aos 21, mas era isso que você queria!
            E mesmo com todas as adversidades acredite, não deixe morrer a criança, não deixe morrer o papo no restaurante, no boteco, na interrupção do filme, no cinema. Não deixe morrer o sol, fora e dentro. O mês das luzes chega, ilumine! Crie, dance, abrace muito!!! Finalize o ciclo com fé, com esperança, esses adjetivos são criadores de vida, não é para sobreviver, é para viver o melhor, hoje, dezembro e sempre!


Margareth Sales

sábado, 29 de outubro de 2016

Fluctuat nec mergit





Deu trabalho, o texto estava truncado demais. No entanto, era isso que eu queria dizer quando o postei, pela primeira vez. 
 
          A verdade é que se você consegue manter-se sobre as ondas, você não é engolido por elas. Mas também essa é uma frase perigosa que pode conter em seu cerne uma acomodação com a dor e desdobra-se em uma cisão.
             Vamos à explicação, se lhe foi arrancado as escolhas e agora em um momento de maturidade percebe que são exatamente essas escolhas cerceadas que deve-se optar: o caminho que se faz é sim o caminho de se manter sobre as ondas. Mas aí entra a cisão, pois ao estabelecer a escolha possível dentro da sua realidade, você acaba por incorrer no outro lado de uma mesma moeda. É outra forma de se deixar calar, pois antes era a supressão do direito de ser, agora também o é, somente com outra roupagem. Porque o que eu quero é a minha realidade interior, mas está opõe-se ao dito real.
            O crivo é paz, onde está a paz? Sentir-se bem é, totalmente, diferente de sentir-se bem e mal, diferente também de só sentir-se mal ou não sentir. Há que ter muito cuidado, pois quando se pensa que está rompendo uma situação você está, exatamente, repetindo os mesmos processos que te levaram ao atual estado, muda-se só o lado.    Não se percebe isso porque há uma divisão mental, e atente que mentes extremamente habilitadas são capazes de criar uma realidade imaginando que esta iria romper com a realidade angustiante existente. De verdade, apenas, cumpre-se o destino traçado na ponta de um chicote do dominador de sua individualidade.
            A solução é romper com as escolhas que a alma tem por elemento fastiante, desfazer a cisão. Sim há uma diferença bem clara na questão, opor-se a uma escolha para manter a solidão e afastar as vozes ou fazer-se respeitar com a única forma possível de ser quem se é.
            Transformar impossibilidade em, suposta, possibilidade para referenciar-se como aquela que rompeu barreiras é muito diferente de deixar possibilidades reais entrarem, essas que sempre tiveram ali, mas que se tem como anormal ou impossíveis. Por isso, quando a vida está dando caixotes, a água é salgada para engolir e os momentos em cima das ondas são mais raros, é preciso repensar. Olhe direito, veja se é isso mesmo. Se a solução dada foi optar pela escolha real é preciso entender, de início, a necessidade de manter-se sobre as ondas sem ser engolido por elas.
            Concluindo, unir as partes saudáveis é descobrir se você quer está ai mesmo? Se o caminho que vem traçando é, apenas, porque não pretende estabelecer resistências, pois resistir é cansativo? Observe se o que parece certo porque não oferece perigo contém o erro, exatamente, nessa premissa. Viver, ter o melhor da vida pressupõe riscos. Haja vista, que gostar de brincar com o perigo e tentar não correr risco algum são dois lados da mesma moeda. Para unir as partes conflitantes é preciso, só, assumir-se para não manter-se, somente, sobre as ondas, mas abrir o mar vermelho!
Margareth Sales

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O verbo




Devo admitir que nunca me preocupei muito com o verbo. Essa história de fazer perguntas para ele me parece muito íntimo, sempre quis é usar o verbo com tudo o que ele poderia me oferecer. Sem me preocupar com as ações que pratica, ele tinha, somente, que me servir.
         Nunca pedi o telefone do verbo, depois que o usava. Sempre usava o verbo sem nenhum respeito, nenhuma emoção. Para mim o que estava contando era a diversão: EU ME DIVERTIA! Nem passava pela minha cabeça que o verbo queria estabelecer uma comunicação comigo, que ele queria que eu soubesse quem era o seu sujeito, qual a ação que praticava e para quem praticava essa ação ou o que essa ação interna desdobrava.
         Nunca imaginei que o verbo tinha argumentos internos que o acompanhavam e dependendo do verbo eram um ou mais argumentos. Quer dizer que o verbo queria se comunicar comigo e eu só queria uma boa noite de prazer? Usar o verbo indiscriminadamente sem me preocupar com toda sua lógica interna, só diversão, sem compromisso e sem seriedade?
         É muito bom quando somos adultos o suficiente para encarar as próprias questões: eu precisava ouvir o verbo, entender o seu objeto, mesmo que fosse direta ou indiretamente. Não podia mais deixar que o verbo fosse como o Latim, indecifrável para mim. Precisava entender esse latim e passar a amar o verbo. Não poderia mais deixar o verbo ser um objeto zero na minha vida, tinha que deixar ele me mostrar sua inferência, tudo o que estava implicado em seu objeto.
         Mesmo que em determinados momentos o que queria falar era tão complicado que, às vezes, poderia chamar de teoria X-Barra. Mas era mister deixá-lo apresentar seus argumentos internos.
        Esse foi meu grande insight: o que me tirou do meu mundinho abusador de verbos indefesos. Como sujeito eu precisava estabelecer uma relação de concordância com o verbo. Apostei nesse desafio mental, a partir do momento que perceber que o verbo tinha muita ação e reflexão para me oferecer. Alguns abrem o verbo, eu decidi desvendar o verbo para meu crescimento pessoal!
Margareth Sales

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Historinha para boi dormir



Depois desse título a vaca foi, definitivamente, para o brejo. Não que a vaca quisesse caminhar por caminhos tão ermos, mas quando se está fadado a ir para o brejo, para o brejo se irá. Na realidade, nossa querida vaquinha sonhou com coisas melhores, mas a vida é isso ai: uma sucessão de respostas para perguntas que não fizemos.
         Bom seria que a vaca pudesse escolher determinar se o brejo era o local mais apropriado à sua cútis tão delicada. Vê lá se brejo é o local apropriado para uma vaca de família, marcada no melhor estilo do ferro quente. Afinal, vaca que mamãe beijou sapo qualquer do brejo não põe a mão.
         Mas lá se foi, solitária, fazendo o melhor que podia de sua triste sina. Mas eu hein? Tadinha da pobre vaca, sempre lutadora, buscando seu lugar ao sol e foi lhe sobrevir destino tão trágico. No entanto, resignada caminhou a passos firmes para o seu brejo, ciente de que algo lhe tiraria dessa solidão desumana ou desvaca?
         Na cidadezinha brejeira onde a vaca morava ninguém acreditou que tal ocorrido fosse verdade. Até porque, todos acreditavam que dentro daquela cidade a única com possibilidades de ascensão seria a vaca. Mas destino traçado é destino cumprido e a vaca foi e, provavelmente, não voltaria mais... Deixando para trás corações suspirantes que nem ela mesma percebera em algum momento.
         Por isso que se diz que não podemos perder tempo e devemos dizer para que no futuro o que deveria ter sido dito, não fique sem ser dito para que não se transforme o dito pelo não-dito e dizendo em outras palavras... FERROU!  Caminhante solitária dessas grandes teias que envolvem a vida de todos, não percebeu que podia ser menos solitária porque tinha muitos boizinhos querendo enlaçar a pobre vaquinha desavisada. É muito amor na veia!
         Bem, eu acho mesmo que não tem jeito, a vaca não tem sorte e já passa das 4 da manhã, tá na hora de naninha, ir para cama que a noite não é criança nada, é só a classe dominante mais uma vez te enganando. E claro, amanhã é domingo e se ele pede cachimbo vou é tomar Nescau ou Toddy (comercial não pago, claro) para na mesma veia do amor que os boizinhos cultivaram pela vaca eu possa ter energia circulando nestas e na massa cinzenta para não enrolar meu público com historinhas para boi dormir.
Margareth Sales



quarta-feira, 27 de julho de 2016

Uma crônica poética

Eu conheci você e tive medo.
Mas eu quis você e deixei que se aproximasse.
Meu coração gelou e isso me causou pavor.
O que seria de mim se não pudesse enfrentar meus próprios medos?
Romântica eu? Não posso supor, mas um veio de lirismo me invade.
Porque aberta, porque inteira me deixo navegar emocionalmente pelo querer.
Expectativas? Muitas! Sinceras e medrosas que precisam deter o fôlego para continuar.
E assim transformar o medo em coragem atroz de guerreira perdida de algumas guerras.
Mas não de todas!
Algo foi plantado, na pressa? No susto?
Sim, dessa forma e dessa mesma forma reivindico o meu direito à autenticidade.
E de um momento de pura emoção transformar em um momento de pura verdade,
Em função de um espírito de construção.
Esse mesmo espírito é o que deve reinar absoluto
Em qualquer momento no qual o encontro se faça em direção a Terra do conforto emocional.
Margareth Sales

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Classsificados

(Repostagem, observação: Amo esse texto!)



Vende-se um coração: - 1 Quarto, habitado quase 40 anos pela mesma dona, a única vez em que o coração não dormiu sozinho naquele quarto solitário, o príncipe que dormiu de conchinha ali, virou abóbora e desapareceu correndo sem deixar o último beijo de despedida. Mas como essa crônica é as avessas, de trás para frente ou de dentro para fora é bem capaz de que se houvesse o beijo de despedida ao invés da princesa acordar, ela poderia acabar é dormindo para sempre nos braços gélidos do amigo, não muito íntimo de Morpheu: a morte!

- 1 Sala, não muito espaçosa, mas como o coração que habita nessa sala é enorme: sempre cabe mais um! A sala também tem uma história, eu acho que esse coração se encontra triste?! Será?! Mas como vender um coração triste? Coração é lugar de aconchego, de doação, de compartilhar. O coração falou no meu ouvido agora: essa sala também foi ocupada a bem pouco tempo e sabe quem fazia companhia, nessa sala, naquela poltrona azul à dona do coração? Era a esperança! A esperança veio feliz, vestida dela mesma e namorou naquela poltrona e foi feliz ali com beijinhos, abraços e carinhos impublicáveis nesse horário e nessa sala, ops: olha as crianças ai assistindo a TV!

- 1 cozinha, uma cozinha minúscula que mal cabem duas pessoas ao mesmo tempo nas cadeiras da mesa da cozinha! Eita! Que estou achando que esse coração é dos Sete Anões, tudo tão pequeninho. Não! De repente o coração é da Branca de Neve, afinal ela é mais bonita do que o bando de marmanjão anão.      Mas vamos voltar aos classificados: nessa cozinha o coração alimentava a esperança, aquela que estava na sala e que depois de dormir no quarto de conchinha acabou virando abóbora e desapareceu na vida. Ali o coração tentou alimentar a esperança de amor para que ficasse bem forte e pudesse crescer saudável. Não funcionou! Acho que o coração estava duro e não forneceu os alimentos certos, ou não?! Vai saber, mistérios da vida.

- 1 banheiro: Shiii... O coração me sussurrou algo novo. Ué? Quer vender-se e não quer vender o banheiro, como? Uma casa não se vende sem banheiros? Porque coração? Ah! Tá, entendi. Deixa eu explicar para os leitores: o coração disse que foi no banheiro, que ele foi agarrado de surpresa, pela esperança e recebeu seu primeiro beijo! Mas coração que coisa mais tosca, o primeiro beijo ser no banheiro. Ah! tá, entendi, deixa eu, de novo, explicar para os leitores, o coração disse que é assim mesmo, que a esperança aparece de surpresa, beija nos lugares mais inusitados, se nutre, fica forte e se transforma em amor...

Póooiiimmm (barulho de coração murchando), bem para esse coração aqui não funcionou e ele se encontra à venda, o preço é a fé, se alguém tiver fé para dar, o coração se vende para a fé. Dentro ou misturada com a fé, o coração vai atrás da esperança para que essa, finalmente, se transforme em amor... É tudo uma questão de TEMPO! Aliás, o tempo acabou de se colocar a venda também, esse espera ganhar mais tempo, para ter tempo de fazer o tempo sobrar!!!!

FUI!!!!

Margareth Sales