sexta-feira, 29 de abril de 2011

Aula Prática


Once upon a time ou Era uma vez, eu, que fui professora do estado entre 1994 e 1995, concursada e pedi exoneração. Vixi! Fiz uma coisa muito “errada”?!?! Nada!!! Foi uma das decisões mais sábias da minha vida, não sou vocacionada para Educação Infantil e Séries Iniciais. Minha vocação é EJA ou 2o grau, então não me arrependo, mas sempre soube que era uma educadora, em fuga desesperada!

Crazy eu! Sabia que se fizesse Pedagógico poderia sofrer uma crise desesperada de amor para com a profissão! E aqui estou eu, apaixonadérrima, pelas adolescentes que faço Estágio e pela educação, e como Abril começou resaltando escola em um nível trágico, eu fecho o mês falando de paixão e amor pela educação. Para isso, fui até o túnel do tempo e retirei de lá, uma das muitas aulas que para mim faziam com que a dor de não está no lugar certo fosse amenizada (o lugar certo é com jovens, adolescentes e adultos). Segue a aula na íntegra, podem se aproveitar da deixa, futuros educadores e copiar a minha aula, eu deixo!

13/06/1994 - Especial dos namorados

8:45 Café

9:05 Poema: Soneto de 4a feira de cinzas.

9:50 Interpretação, dar ênfase a nossa literatura.

10:35 Recreio.

10:55 Nós somos a editora de uma revista. Dividir funções: redator, diagramador, arte final, revisor, desenhista, modista etc.

11:40 Livre.

12:25 à 14:10 Educação Física.

14:55 Recreio

15:15 Assunto da revista: namoro; moda casais; comportamento - assunto de interesse deles: beijo, o tipo de garota (o) que você gosta; carta para a psicóloga - conselho, como ele (a) mostra que gosta de você, como ser um bom amigo, como terminar sem magoar o outro, as 10 coisas que você não gostaria que seu namorado dissesse, como arrumar um namorado; se fazer notar; pergunta: Príncipe existe? Entre outros...

16:00 Continua a oficina de montagem da revista.

16:45 Jantar.

Bem, vocês já viram que meu blog é um “samba de criolo doido” ou afrodescendente doido? Mas tenho em minha defesa que o blog é sobre conhecimento científico e outras crônicas. Na realidade, é tudo o que faz sentido, tanto artística, espiritualmente quanto cientificamente. E Maio tem mais... That’s all folks!
Margareth Sales

Falando um pouco sobre conceito global na educação


O texto a seguir foi feito para a participação em um Seminário da minha Universidade, editei e resolvi reproduzí-lo aqui.

Dentro de mim se encontra um dualismo, não deixo de ficar impactada com a “fúria” dos que acham que a educação está falida, não há mais jeito. Por vezes chego até me apropriar desse discurso como se fosse meu. Mas sou levada a refletir e a adotar outra postura e acreditando que a escola é um local onde pessoas são impactadas.

Vou adotar minha posição crítica-construtiva aqui (beirando um pouco o mordaz). Sério que os moldes da educação atualmente causa angústia? Estranheza com o que não é estranho? Segundo alguns a escola virou ambiente de paquera sem limites e como não segue os moldes da época da ditadura fere os princípios da educação de qualidade? Sinceramente... Não vejo isso! Eu adoro a escola, inclusive a pública, vejo um local de vidas que querem ser tocadas, mexidas, mudadas, pessoas que querem ser sinceras, profundas e mudar a realidade. Por que se privilegiar a rigidez, a rigidez advinda da ditadura? A escola não deve ser rígida, o conhecimento não é rígido... Mesmo que uns não queiram Piaget e Vigotski sabiam o que falavam quando diziam que o conhecimento aconteceria no momento do aluno. Exemplo? Depois de 3 anos dentro de pré-vestibular, só agora em CN2 que pude apreender como a fotossíntese ocorria, incluindo componentes químicos. Acho que a escola é o espaço da maquiagem, dos fones de ouvido e dos celulares e olha quem tentou impedir que a escola fosse esse espaço bonito como meninas vivas, com vontade de serem: o Wellington Menezes de Oliveira. Essa criança desviada, estava morta, observe, era “certinha”, disseram na reportagem: “bom aluno”. Qual o espelho disso? Qual o diagnóstico? Se Wellington namorasse mais... Usasse fone de ouvido, mas respeitasse a aula, a professora, creio que esse seria não bom aluno, mas aluno!

Recortando... Porque o autor da chacina era bom aluno? Por causa do modelo de aprovação do conceito global, ele era bom aluno porque estava dentro da escola pública, numa particular que privilegia o modelo fordista não alcançaria bons resultados. Lembrando dos pessimistas e sendo bem contumaz: o ensino da escola pública é definitivamente de PÉSSIMA qualidade, como diz nas redes sociais: #prontofalei.

Não é avaliação global forçada por quem não é educador para subir notas escolares que colocará a educação no nível que ela merece: qualidade. O problema da escola como um todo, não é os tons destoantes da pintura, não é a turma do fundo, não é o acesso a tecnologia que deixa o aluno dentro da escola e fora dela. Quanto ao aluno referencial de Foucault domesticado por meio do próprio corpo, esse aluno estava em marte, muito mais longe do que olhar o celular e conferir a nova twittada.

Para mim, a educação só não ocorre, por um simples viés, os professores não são leitores... E claro, não posso esquecer e tenho que acrescentar, professor é profissional, profissão requer remuneração, se não ganhar bem, não há como se fazer educação de qualidade. Leitura e valorização profissional, simples assim.

A educação espelha as políticas públicas nacionais, o descaso para com os oprimidos. Todos eles, onde quer que se encontrem. Quem são os profissionais engajados? Os que lêem, sejam ditadores: obriguem a ler!

De qualquer forma, não me sinto mais uma voz solitária na multidão, mas ainda que fosse, permaneceria em minha crença. Então, ampliando e jogando a pitadinha de sal para modificar as muitas vozes que dizem o mesmo, tenho a acrescentar alguns pontos.

Um dos pontos de confronto daqueles que acham que as mudanças escolares são diabolicamente malévolas, diz respeito a informalidade. E é essa “informalidade” que é tão criticada digo: sou contra a imposição de uniforme, acho que estilo, moda é vital e não é porque estamos em formação (crianças e adolescentes) que não temos visão estética da moda. Então, o problema da escola não se encontra na informalidade e no uniforme para resolvê-lo, mas 41 alunos? Isso só tende a gerar outros assassinos, não há professor que consiga enxergar 41 pessoas ao mesmo tempo. Então, minha crítica não é para a escola, é para o governo que em função da obrigatoriedade do Ensino Fundamental sobrecarrega uma turma. Solução? Mais professores. Como se consegue? Valorização de cargos e carreiras.

Outro ponto positivo, alunos precisam ler quadrinhos, sempre, se possível levar mesmo para a escola. Alunos tem orkut e podemos descobrir quem eles são, para além da escolas ao ler sua páginas nas redes sociais, aqueles que fazem uma reflexão bastante madura de si mesma no perfil da rede social, o que significa? Produtores de texto, lê o mundo, a realidade, infere e não é isso que queremos de um aluno? Aluno tem que ser fã de mangá, ler imagens também é leitura e também é conhecimento, pessoalmente, nunca vi um leitor do Maurício de Souza ser mal sucedido dentro da escola.

Com relação ao conceito global, tema do tópico: não sou contra o conceito global, acredito que ele possa avaliar de verdade, mas é o conselho de classe que precisa mudar. Como? Se meu aluno tirou 1 em Física preciso junto ao professor de Física conversar se isso é porque o aluno realmente não está aprendendo, vem para a escola “comer merenda” ou se é uma deficiência passível de superação e que não trará nada de positivo retendo esse determinado aluno. O que eu quero dizer é que confio na psicologia, se Vigotski e Piaget dizem que o conhecimento vem no momento do aluno e se minhas hipóteses empíricas comprovam isso, não posso fazer frente ao que acredito. Como Pedagoga (100% em 2012, primeiro semestre) tenho que me apropriar daquilo que apreendi, se fizer sentido, claro. Então, faz sentido para mim que inteligência está além de conhecimentos sistemáticos, que aprendizagem está ligada a leitura de mundo e também a proficiência na leitura. O conceito global não me faz aprovar um aluno que não saiba ler sua língua materna, faz? Porque se faz, e não faz, não tenho como defender, mas se conceito global é isso que o nome explica, saber se o aluno aprendeu, saber fazer, saber ser, saber buscar conhecimento, então sou a favor do conceito global.
 Margareth Sales

terça-feira, 26 de abril de 2011

O preço do trabalho


Atribuir tempo e dedicação a um propósito é trabalho e esse pressupõe remuneração. Qual é, então, o verdadeiro preço do trabalho? Primeiro, devo dizer que o trabalho precisa ocupar um determinado número de horas em sua vida, não todas as horas! Aquele que ocupa todas as horas de sua vida dedidando-se ao trabalho é workaholic e para esses há tratamento específico.

Então, o trabalho deve ocorrer o tempo necessário para que nos sintamos produtivos e fornecer recursos suficientes para desenvolver qualquer outra área em nossas vidas. Isso quer dizer, que o preço que eu cobro pelo meu trabalho não é só o equivalente aos custo do material, despesas para fazer o trabalho e meu lucro. Mas trabalho é isso tudo mais a margem de lucro suficiente para que eu possa, ter um ambiente saudável dentro de casa, os bens humanos construídos socialmente, equilibrando capitalismo, necessidade real de determinado bem e dinheiro para diversão além do espaço de minha casa e do meu espaço laboral.

Utópico? Parece, mas sei que a partir do momento que você valoriza o seu trabalho suficientemente, ele vai ser procurado de forma que precisem te pagar como você sabe que merece receber.  O tempo que você ocupa dedicando-se a um projeto pedido por outra pessoa em troca de dinheiro deve ser pago.

Trabalho também pressupõe ambiente saudável e equilibrado, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Isto quer dizer que seu corpo deve estar suficiente confortável no ambiente de trabalho. Um ponto a ser ressaltado, aqueles que de uma forma ou de outra não pagam pelo seu trabalho é porque não acreditam nele, mesmo que digam o contrário e usem toda a manipulação “puxa-saco” tão presente em nossa sociedade. 

Por isso, não importa se em determinado momento você não conseguiu dar conta de um trabalho ou este não saiu perfeito como deveria. Sabemos que como seres humanos somos passíveis de erros, descontar de seus ganhos por um erro é o mesmo que dizer que seu trabalho nunca foi de confiança. Isso pressupõe que todo trabalho deve ser pago, obviamente, se determinado trabalhador comete erros consecutivos é claro que este é o profissional que não se deseja. Mas se o profissional demonstra excelência e por algum motivo cometeu o erro citado, deverá continuar sendo pago da mesma forma que seria pago por ter acertado o trabalho.

Um outro problema muito sério na relação trabalhador e aquele que paga pelo fruto de seu trabalho é falsear a importância que você como trabalhador possui. Muitas vezes, para aquele que paga você não tem valor nenhum e ele só finge lhe atribuir esse, bem para perceber isso é só observar como ele se comporta ao contratar o seu trabalho: caça você nos finais de semana? Nos feriados? Telefone em horário fora do comercial? Se você errou o trabalho ele quer o acerto em tempo inviável? E fechando... Não paga pelo trabalho depois de entregue? Então, não trabalhe nunca mais, para esse cliente... Bom trabalho!
Margareth Sales

Um lugar melhor





É da natureza humana buscar-se um lugar melhor, um convivívio com a natureza, com algum lugar antigo significativo dentro de nossa memória. Não importa, a questão aqui é a busca por algo que não se tem para algo que se deseja. Há um princípio psicológico envolvido, ou vivemos sempre desejando algo que passou ou suspirando por algo que não foi vivido ainda. Uma coisa ou outra por vezes é um eterno viver sem saber o porquê ou procurando sentido em algo que não se possui para justificar a vontade de não amadurecer.

Não viemos para passar pela vida simplesmente sem saber para quê, acredito que se estamos aqui há uma missão implícita nesse viver. E sei que uns vão abraçar essa missão e outros vão culpar, apontar, se ressentir e não tomar atitudes, o que pressupõe uma vida medíocre e sem sentido. 

Aquele que passa pela vida sem saber o porquê deveria ser o verdadeiro “loser”, de acordo com a semântica dos seriados e filmes americanos. O que eu quero dizer é que não se é perdedor porque não se tem a família perfeita, porque alguns “resolveram” colocar na Páscoa o seu nome no Judas. O conceito de perdedor se encontra mais no fato, de viver sem saber porquê e, em consequência, cobrar do outro que faça a sua vida ter sentido para você mesmo.
 
Essas pessoas que buscam sentido na vida dos outros, podem ser chamados de parasitas e possuem comportamentos identificáveis, são crianças crescidas, lembrando que como não são mais crianças, não são bonitinhas também como elas. São pessoas que arrumam confusão e esperam que você a tire dela, riem quando são confrontadas, no fundo, achando muito bonitinho o comportamento. Não se importam, se magoam, se fazem sofrer, se aumentam a pressão arterial da família o importante é botar o circo na estrada e dar o seu show. Outras dessas pessoas são aquelas que tiveram filhos somente porque acharam que o filho iria suprir o amor que nunca lhe dedicaram e passam a vida assim, manipulando, cobrando, exigindo daqueles à quem nunca ofereceram amor de verdade. Como se amor fosse comprado com manipulações, pena sim, pode-se ter isso com a manipulação, amor é gratuito, sempre. 

Um lugar melhor é se você se encontra no exemplo citado anteriormente, dê a volta por cima, se recicle e tome atitudes. Se for vítima dos tais, construa o mais rápido possível um caminho longe desses, mesmo que talvez eles sejam da família, tanto faz, quem não faz bem ao outro, precisa ter seu próprio tempo no lugar que escolheu: sozinho!
 
Pode acreditar o lugar melhor é longe, bem longe de qualquer sanguessuga emocional. É reconhecer onde você está e saber para onde você caminha, é ter liberdade para amar, deixar-se ser amado e escolher não ficar perto de quem não possui amor para oferecer
Margareth Sales