quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Arquivos

Arquivo não encontrado
Arquivos levados pelo vento
Arquivo morto 
Arquivo não especificado
Arquivo danificado
Arquivo melhorado 


Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo - Arquivo.

O mundo na busca desesperada por ordem não entende que o caos já reina e os Arquivos não solucionarão a falta de ordem lógica em situações ilógicas.

Só há desordem - Só há desordem - Só há desordem - Só há desordem!
Margareth Sales

Espaço de sufocação do sujeito


Para a ciência seria espaço de representação do sujeito, para mim é espaço de sufocação do sujeito mesmo. E o que é isso? Espaço de sufocação do sujeito são aqueles momentos em que você acaba por ter que conviver com quem não conhece o que é uma troca saudável, mas que só sabe te cercar, te observar sempre pronto a dizer como você se encontra. Aliás, ele conhece seu humor melhor que você mesmo e confunde amor com grudação.


É tão carente que implora por gestos mínimos de carinho, sempre disposto a abraço e como você não está muito confortável na situação fica igual uma tora de madeira, sem movimento e sem expressão. Diante disso, você é chamado de seco, não carinhoso. O que ocorre é que essa pessoa implora que o corpo seja tocado, nem que seja só a mão.


Esse nível de solidão emocional é bastante preocupante, são pessoas que vivem infelizes e que fazem disso o tema central de suas vidas, como se a dor pudesse trazer o carinho dos outros. No entanto, o que ocorre é o contrário quanto mais Felícia somos (agarrando bichinhos e gatinhos) mais fazemos com que os outros fujam de nós.

Na realidade, ninguém quer se responsabilizar pela dor emocional do outro e isso é saudável, porque claro o comportamento de um amigo é estar junto nas dores, fazer o que estiver ao alcance. Mas não é posição do amigo se afundar junto com você, pelo menos um precisará estar sóbrio para equilibrar o outro.

Geralmente essas pessoas são prestativas, claro porque criaram em seu inconsciente a ideia de que já que não possuem nada para oferecer, pretender atrelar o outro por meio de sempre estar disposta a ajudar. As trocas sim são saudáveis, mas as trocas naturais, agir de determinada maneira, esperando de antemão a recompensa só irá machucar ao perceber que nunca se paga na mesma moeda e, principalmente, que não se barganha amor. 


Finalizando, para fugir ao olhar espreitador de alguém que não suporta viver minutos longe de você, é preciso seguir adiante com seus projetos e até ser só um pouco ríspida, deixar claro que outras prioridades estão acontecendo e ou a pessoa cresce com você ou, simplesmente, será ignorada sem dor, pelo bem emocional das duas partes.
Margareth Sales

O jogo atividade pedagógica e lúdica

 
Apesar de antiga, a discussão em torno do jogar nunca teve fim e por isso suscita paixões, ora desqualificando-o como algo importante fora do âmbito da infância, ora percebendo sua verdadeira atribuição. Nesse sentido, é preciso apenas corroborar a importância do jogo para as crianças, lembrando que para essas o jogo funciona como uma espécie de trabalho infantil. Isto significa que tanto o trabalho para o adulto quando o jogo para a criança é o que confere sentido ao mundo desses dois indivíduos de faixa etária diferentes.  

O grande problema é que ao crescer o adulto é ensinado a deixar de lado as coisas de criança e começa a acreditar que o jogo é uma parte infantil de sua constituição pessoal e que precisa ser deixada de lado. Esse é um dos piores erros que o ser humano pode cometer, pois o jogo e o brincar são partes importantíssimas do homem, principalmente na pós-contemporaneidade. Digo isso em função de todo o stress vivido nos dias de hoje que pode muito bem ser minimizado com jogos sociais, onde se troca experiências com a alteridade ou mesmo os jogos eletrônicos que se constituem um momento refrescante na luta diária. 

Digam o que quiser, o jogo deve ser experienciado por todas as idades, porque além de pedagógico que se faz inerente a sua função de proporcionar conhecimentos e habilidades é também lúdico. Todos os jogos ensinam tanto a adultos quanto crianças e desenvolvem habilidades, jogo como xadrez proporciona um pensamento estratégico, já os jogos eletrônicos desenvolvem a percepção e as funções motoras.

Porque aos nerds associa-se a figura do jogo? Apesar de nerd ser um conceito estereotipado, ele fala de indivíduos ligados ao conhecimento, geralmente ciências exatas, não atraentes e que vivem para aprender. Mas preconceitos à parte o fato de sujeitos que são fascinados por conhecimento gostarem de jogos só corrobora o presente texto.

Então, porque não experimentar o prazer do jogo, do brincar pois é o momento em que as contas, as questões a serem resolvidas não importam enquanto o jogo acontece. A grande verdade é que não há nada mais infantilizado que repetir um preconceito social e aqui é aquele que diz que adulto só pensa em coisas sérias, lazer, diversão, brincar também é sério, pois trata seriamente da alta tensão emocional que a modernidade causa, enfraquecendo e porque não extinguindo.

Viva um momento de pura catarse através do jogo, das brincadeiras e lembre-se que não é só de golfe, xadrez e jogo de cartas que vive o mundo adulto, embarque nos videogames. O videogame sempre foi uma realidade virtual, hoje cada vez mais, por isso através de jogos eletrônicos representamos fúria e é permitido destruir, quebrar, tudo que não seria nada saudável no mundo real.

Finalizando, agregue mais um entretenimento a sua vida, talvez você já tenha muitos não tem importância, o jogo não vai atrapalhar nenhuma outra atividade “séria” apenas a fará ficar mais leve. E para aqueles que nunca se divertem minha receita médica de prevenção contra um possível infarto, pois repõem as energias necessárias para enfrentar as vicissitudes da vida, é o jogar.  
Margareth Sales  

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aprender com os erros


Existem algumas manifestações psicológicas que se repetem mais na sociedade, como por exemplo as negações que é a ação de dizer que o ocorrido não é, exatamente, da forma como se vê. A transferência que é colocar no outro questões que me dizem respeito e o assunto que começo nesse texto: a desvalorização pessoal.

Obviamente, não se constrói uma personalidade de desvalorização pessoal do nada, para um ser humano chegar nesse nível de auto-destruição ele foi forjado para tal desde muito cedo. Perceba que aqui não falo de baixa-estima, estou indo além desse conceito. Porque autoestima é percebida, mas a desvalorização pessoal nem sempre.

Para diferenciar, a autoestima faz com que estejamos de bem conosco, sentimos bem e radiante e acabamos por atrair situações boas. Perceba que aqui não corroboro a ideia de pensamento positivo, vai além disso, todos temos o direito de pensar negativo, isso não atrai nada, mas se comportar negativamente sim. Reafirmando mais uma vez: aqueles que já amadureceram suficientemente para reconhecer o próprio valor pessoal consegue ter uma autoestima equilibrada e ter alguns pensamentos negativos que vão sendo rebatidos ao longo dos acontecimentos.
 
Mas a desvalorização pessoal como foi forjada não diante de um ou dois pensamentos negativos, mas uma enxurrada de nãos que vieram sempre contra você, acaba por formar uma personalidade. Como já dito com a maturidade, acaba-se por reforçar a autoestima e pensamentos positivos a respeito de si mesmo, pelo menos a maioria das pessoas...

No entanto, muitas vezes ainda fica oculta a desvalorização pessoal e mais uma vez vamos estabelecer a diferença: pode-se ter bons sentimentos a respeito de si mesma, estar de bem com a vida, as situações estarem fluindo... Mas dentro de você ainda existe um sentimento muito forte de desvalorização pessoal e este não irá aparecer em todos os momentos, muito menos em todas as situações, mas em determinadas ocasiões, quando você menos espera: BAM, ele está lá!

Por vezes, não se percebe o quanto nos mostramos desvalorizadas ao outro, para nossa impressão, porque nossa autoestima está bem, parece que estamos no alto da valorização. Mas nem sempre é assim, no fundo de nós existe algo dizendo: não exija muito, faça o que a outra pessoa quer... E sem perceber, estamos completamente desvalorizados aos olhos do outro e nem ao menos vimos.
 
Vamos dar como exemplo um relacionamento... Ele nem te encanta, mas ele começa a fazer tudo para te ter. Você não está interessada, foge dele como o diabo da cruz. Ele acaba por se fazer presente, surge no trabalho, em sua casa, via redes sociais e vai te cercando... Até que, meio sem muitas oportunidades você dá uma chance! Contra todas as expectativas, não é que foi legal? E sem menos perceber, você que antes era toda hesitante, agora se entrega de cabeça. Mas não percebe, para você que já é amadurecida você pensa: estou sendo madura e sóbria nesse relacionamento.

E porque se pensa isso, já que tudo prova o contrário? Porque, silêncio, vou falar baixinho para ninguém ouvir, porque ninguém sabe desse segredo seu. Bem, você pensa que está em um relacionamento adulto e que tudo está bem, porque diante de tudo o que você viveu, sem dúvida, esse foi o seu melhor momento, o mais completo.

O que você não tem possibilidades de enxergar ainda é que, também, esse é um relacionamento de migalhas... Mas é tão mais do que tudo o que você viveu, sim, é, mas lembre-se você não vê, mas ainda o que te domina é a desvalorização pessoal. Porém, você está tão agradecida de alguém, finalmente, gostar de você que dentro de você não tem nenhuma resistência. 

Então, ele que te cercava, já nem chega mais nos horários marcados, sabe que você irá perdoá-lo. Não te manda nenhum e-mail carinhoso, ele já tem por certo que toda manhã terá sua caixa de entrada cheia de promessas românticas. Medo de te perder, não existe mais, você já foi caçada e não é mais nenhuma novidade para ele. 

No entanto, você ainda afirma que os sentimentos dele por você são os mesmos, nada mudou e vou mais fundo... Você não está se autoiludindo, você vê desse jeito, ninguém teve a coragem de te confrontar para dizer: acorda, Cinderella, o mundo não é um conto de fadas. Isso porque você chegou até o nível de amadurecimento onde pressupõe que um homem fará tudo para ter você ao lado dele. Mas ninguém te ensinou que há mais depois disso, talvez a culpa seja dos contos de fada mesmo, que ensinam que depois do príncipe resgatar a princesa eles serão felizes para sempre.

Não é verdade, relacionamento é construção e não existe felizes para sempre, existe troca todos os momentos, crescimento até que se chegue, talvez, ao final da vida junto daquele que escolhemos. E não é falta de exigências, a completa falta de exigências é só sinal de desvalorização pessoal porque para que duas pessoas diferentes se junte é necessário acordos e isso é feito em todos os momentos.

O importante aqui não é se culpar porque pensava que estava no auge da valorização pessoal, mas não estava, parece que voltou a estaca zero. Não pense assim, perceba que a vida é um constante aprendizado e aprender com os erros é edificante, traz crescimento e alegria no caminho. Portanto, se descobriu que não está se valorizando, mude e passe a se valorizar de verdade, olhe dentro de si mesma e descubra quem é você e curta muito essa pessoa real que você é.
Margareth Sales