sábado, 25 de abril de 2020

25 de Abril de 2020



O meu desejo que tudo isso acabe logo é o mais bizarro possível: me irrita todo esse ritual de TOC que temos que nos submeter ao evitar o vírus! Quantas vezes, a gente já não comeu naquilo que alguns chamam de podrão? Ou seja, um X-Tudo no trailler da esquina com todo poeira da rua invadindo o seu lanche? Sim, sou daquelas que sabe que, realmente, criamos anticorpos para muita coisa, porém é mais do que óbvio que o maior problema do COVID-19 não é a doença em sim, mas a velocidade exponencial com que se contrai a doença. 
Vírus e bactéria da rua ou mesmo do contato com dinheiro, que sempre foi considerado muito sujo, é mais fácil de trabalhar do que a forma exponencial com que esse vírus age.
Mudando de assunto, estou assistindo pela primeira vez House of Cards, nos primeiros quinze minutos, duvidei que o seriado ia me pegar. Entretanto, com o avançar dos episódios e vendo a maneira como o universo psicológico das pessoas é muito bem trabalhado no seriado, acabou por me interessar! A primeira cena do Frank/Francis na birosquinha de esquina que ele, sempre, frequenta, foi semioticamente, perfeita: mostra o quanto aquele homem tem espírito predador! Ou seja, estamos falando de um sociopata de carteirinha. Por desdobramento, fica a pergunta, isso em 2013 quando o seriado começou: o quanto temos de socio/psicopatia arraigado no meio político? De fato, não é nenhuma constatação surpresa, a surpresa é ver algum sem verniz ocupar o cargo! 
Dado que sendo ou não sendo um sociopata, porque são classes distintas de pessoas, não há como fugir do animal que somos e do egoísmo que nos portamos no trato, real, com o próximo. O verniz serve, exatamente, como o freio entre a barbárie e a civilização. Porque um grupo de pessoas, cansadas com o que chamam de politicamente correto resolveu deixar cair as máscaras do social? Por outro lado, acredito que na prática, só jogaram o bode expiatório ao escrutínio publico, e estão escondido atrás dos votos e quando não, escondidos por detrás da tela do computador. 
Como dito, o verniz faz toda a diferença, pois permite que o egoísmo seja contornado pela ética e a sociedade avance em projetos sociais. A exemplo, do seriado, talvez os sociopatas na política não sejam o pior dos mundos. Vivemos com eles até aqui, né? Ao mesmo tempo, que contraditoriamente, desde 2018 tenho visto apontar uma classe mais humano de políticos que estão sendo rechaçados por anos de mutreta! A ética política é a da máfia, se deu a palavra, cumpra! Quando alguém acha que a palavra não importa mais, que posso falar e desmentir mais a frente, que posso fazer o que quiser, pois não há filtros! Essa pessoa, para mim, é o psicopata mais perigoso que existe, pois não se esconde. Valida assim, não o oba-oba que estamos tão acostumados, mas a perversidade que sem freios, tão qual o vírus consegue ser exponencial e aí é apocalipse...


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