terça-feira, 21 de abril de 2020

21 de Abril de 2020

#emcasa #fiqueemcasa


Acredito que já tenha um mês de isolamento social, sei que para alguns já completou! Uso o termo isolamento social, pois aprendi via postagem de um conhecido, que não é quarentena, pois você não está doente! Obviamente, quem busca as informações corretas, sabe que não sabemos se estamos com vírus, pois muitos são assintomáticos. 

Anyway, como hoje é feriado, assisti um filme inédito para mim "Swallow", me atraiu pela sinopse (e não é a sinopse que nos atraí?), mas fiquei com medo: tenho predileção por doenças emocionais, sempre foi foco dos meus estudos, por isso, minha primeira graduação foi psicologia, sou empática, consigo VER as pessoas e ótima ouvinte no que diz respeito a dor do outro. Por esse motivo, para mim, ser psicóloga era um desdobramento natural. Isso começou na infância e culminou em 2003 quando iniciei a graduação, não conclui, era particular a faculdade e uma das mais caras. Em 2013 ao iniciar a Letras, percebo que percorri um caminho tão grande quando a psicanálise seria só ferramenta da escrita. De qualquer forma, não é preciso muita explicação para entender que os grandes caminhos e bifurcados compreendem uma gama de conhecimento muito maior do que a linha reta até o alvo! Como fã do conhecimento...

Voltando e tentando não divagar muito (impossível!), o filme/a sinopse: uma mulher bonita (ou seja, beleza chama a atenção junto com a sinopse - divagando... de novo) engole objetos e a família do marido surge com a ajuda para desvendar os mistérios escondidos... Me comprou, mas o tópico era medo... Porquê medo? Estamos isolados socialmente das pessoas, com ininterruptas informações diárias sobre mortes ou apontando para estas, não estou muito afim de coisas dolorosas quero filmes de sessão da tarde com crianças unindo pais ou possíveis casais! Então, o medo é de assistir algo deprimente, não foi o caso, o filme mostra a angústia da protagonista e fala sobre doença emocional de uma forma bem didática e, apresenta, um dos muitos universos de todo um globo que possivelmente vive as mesmas situações, sem contudo, manifestar os mesmos sintomas. Ou seja, abre um leque já falado no seriado Sharp Objects (gostei!).

Fazendo dobradinha de conhecimento, partir do filme para a leitura de Clarice, pois hoje tem vídeo-orientação de Mestrado, mesmo sendo feriado, foi uma escolha minha, pois odeio "tirar o pai da forca", deixar a dissertação para quando o calendário UFF voltar. Não, vamos adiantar nossa vida e aí curtir a UFF presencialmente em 2021 (na realidade, sou das que acreditam que 2020 foi finalizada com insucesso!). Divagando, novamente... Volta, Margareth: estou lendo então "Perto do coração Selvagem", as primeiras linhas já são impactantes, o que me faz pensar, novamente, caramba, essa é a minha escrita, é assim que gosto de escrever! Cheguei na Letras (2013), meio saturada dos romances, li muito mais século XIX do que qualquer outro período, naturalista ou não, aquilo tudo para mim cheira a romance, estava cansada menino encontra menina, pelo menos na literatura, a fórmula em filmes me atrai, principalmente, agora, que quero consumir relaxantes mentais. 

... Cheguei na Letras... já em 2016 em Brasileira V, tivemos que ler "A hora da Estrela", me fisgou, não a mesma sensação, mas a percepção de que aquela era minha praia, para entender que eu escrevia assim foi muita terapia, mais escrita de um diário depois de ter lido Carolina Maria de Jesus, pronto! Inaugurado estava a verdadeira forma com que escrevo!

Assim, meu terapeuta em minha telefone-sessão, me instigou a usar minhas percepções do momento isolamento social como matéria-prima para fazer algo, o quê? A função dele não é me dizer, é fomentar o movimento! Parece que assistir algo entre semana passada e essa (não lembro o quê?), a quantidade de filmes e seriados que assisto não está no gibi!!! Só tem me ficado na memória os mais impactantes! Então, algum seriado ou filme me fez lembrar que blog, originalmente, era um diário e que muitas vezes trouxe engajamento de público. Na atual conjuntura lives diárias, engajamento de público é o que as pessoas procuram. Sim, busco isso, por ser escritora, para cada escritor supõe-se um provável público leitor.

Entretanto, dado que tive a ideia na configuração de informações surgidas diariamente em minha vida, porém tenho tempo para isso? Um redondo nnnãããããoooo, como homeoffice continuo com o mesmo volume de trabalho de antes, haja vista, orientação no feriado?! Exceto a parte de ir a rua, fazer contato com cliente e remuneração zerada! Sem tempo, é quase inviável pensar em me dedicar a esse diário de isolamento social, mas ao mesmo tempo, urge a palavra! Tem sido dias de insight, de ir lá dentro daquele suposto iceberg do inconsciente freudiano. É quase uma obrigação vomitar, deglutir, publicar esses relatos, já fiz isso, duas vezes, é a minha terceira, nem imagino o que escrevi, nesses dois dias anteriores, sei que escrevi!

Sei também que, no momento, não ficarei muito preocupada com gramática, pois a perfeição do texto, pressupõe a não ser ao vivo, ou na linguagem de hoje, uma live!!! Pretendo, escrever quando a necessidade ditar, como ditou agora e vamos ver o que acontece....

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