Texto feito em aula
A partir da língua constrói-se um imensurável
objeto significativo. E esse universo dá sentido ao todo em que estamos
imersos, portanto, tudo começa e, tal como o big bang, se amplia via palavra.
Cada micro-universo inserido, semanticamente, em um único substantivo irradia
questões e conceitos que vão sendo experienciados pelo portador da fala e seus
interlocutores.
Haja
vista que ao enunciar uma primeira palavra como, por exemplo, língua,
desdobra-se para um substantivo correlato como nação; de nação chega-se ao
indígena ou índio. No entanto, poder-se-ia seguir outro caminho, como, por
exemplo, língua: parte do corpo com que se articular sons; de sons puxar para
música, de música para arte. Isto porque o texto começa na palavra. E texto é
teia que se entrelaça para todos os lados e todos os lados lembram os pontos
cardeais. E veja? O texto tecido, entrelaçado, mudou o rumo novamente, mas ao
mesmo tempo confirma a primeira premissa de que o falar tem em si um caráter
polissêmico.
Nesse
sentido, pode-se concluir que ao tecer um texto, partindo de uma pequena
palavra o enunciador pode corroborar um discurso primeiro. Ou... o mais
maravilhoso da palavra: criar novos mundos, vivos, pulsantes, cheios de
significado de uma única e simples palavra, como língua, por exemplo.
Margareth Sales
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