sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Tessituras

Texto feito em aula

 
      A partir da língua constrói-se um imensurável objeto significativo. E esse universo dá sentido ao todo em que estamos imersos, portanto, tudo começa e, tal como o big bang, se amplia via palavra. Cada micro-universo inserido, semanticamente, em um único substantivo irradia questões e conceitos que vão sendo experienciados pelo portador da fala e seus interlocutores.
            Haja vista que ao enunciar uma primeira palavra como, por exemplo, língua, desdobra-se para um substantivo correlato como nação; de nação chega-se ao indígena ou índio. No entanto, poder-se-ia seguir outro caminho, como, por exemplo, língua: parte do corpo com que se articular sons; de sons puxar para música, de música para arte. Isto porque o texto começa na palavra. E texto é teia que se entrelaça para todos os lados e todos os lados lembram os pontos cardeais. E veja? O texto tecido, entrelaçado, mudou o rumo novamente, mas ao mesmo tempo confirma a primeira premissa de que o falar tem em si um caráter polissêmico.
            Nesse sentido, pode-se concluir que ao tecer um texto, partindo de uma pequena palavra o enunciador pode corroborar um discurso primeiro. Ou... o mais maravilhoso da palavra: criar novos mundos, vivos, pulsantes, cheios de significado de uma única e simples palavra, como língua, por exemplo.

Margareth Sales



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