segunda-feira, 30 de março de 2015

Fugindo dos ogros





Capítulo 3: A caça continua!

            Bruno foi o próximo amigo a ajudar Amanda encontrar o par perfeito. Ele era homossexual, fez a graduação junto com Amanda, onde se tornaram amigos. Mais tarde, veio a se tornar o diretor de arte na empresa que a amiga trabalha. E isso aconteceu por indicação de Amanda que viu essa vaga como muito mais vantajosa do que a que ele ocupava no trabalho em que estava.
            Então, esse era o segundo final de semana separado pelos amigos para ajudar a protagonista a desencalhar. O primeiro serviu de aprendizado, mas de concreto nada rolou. A proposta para esse final de semana seria ir às compras, ou seja, unir o útil ao agradável, pois Amanda precisava de alguns objetos para a casa a qual havia retornado.
            E, segundo Bruno, um bom local para paquerar solteiros são essas famosas lojas que vendem móveis e utensílios fashion para casas. Na visão do amigo aqueles que estão se preparando para casar vão acompanhados e os solteiros, que são muitos, vão sozinhos, o que os torna, facilmente, identificáveis.
            Seu amigo, então, preparou-lhe um script. Ela iria, como toda boa caçadora, reconhecer o local, procurando pela presa. Assim, que a presa fosse identificada faria uma aproximação casual, para não assustar o pequeno animalzinho acuado, claro. E aí era ganhar confiança e dar o golpe fatal. E esse golpe viria com uma frase casual daquele tipo mulher indefesa procura macho alfa para ser salva!
            A frase usada então foi: “Essa madeira para a prateleira de mogno é confiável? Sabe como é, né? Meu ex-marido que fazia tudo... E não quero colocar meus maravilhosos livros nesse suporte e deixá-los cair todos!”
            Funcionou... No dia seguinte, sábado, Amanda tinha seu primeiro encontro com Leonardo. Ele era amável e educado, nunca se excedia, porém ligou bem tarde para confirmar o encontro, como a jovem já estava no shopping mesmo, apenas localizou o encontro para o local. Eles iriam pegar um cineminha.
            O primeiro beijo foi durante o filme, claro! Foi asséptico, mas de pegação Amanda entendia muito bem, sabia que era só um momento de contenção. Percebia que o jovem tinha potencial para melhorar e não ficou desiludida. Depois do cinema um lanche e ele a levou em casa.
            Marcaram, novamente, para o Domingo, mas uma chuva torrencial cancelou os planos. O novo encontro, então, foi remarcado para o próximo fim de semana. Durante a semana a jovem esperou que ele ligasse, mas nada! Ligou para os amigos, pilhada, dizendo que Leonardo não estava interessado nela. A resposta dos amigos? Calma, mandaram-na esperar até o encontro já agendado.
            Então, o resto da semana fluiu bem. Na quarta-feira Rodrigo, o vizinho, foi ajudá-la a colocar a nova prateleira para seus livros. Ela comprou coca-cola, pois ele não bebia bebida alcoólica, os dois conversaram um pouco depois de terminado o serviço e como Amanda estava desesperada por afirmação contou como comprou a nova prateleira e do seu “novo” namorado! Foi assim que ela descreveu Leonardo, desesperada para que as palavras virassem profecia e selasse seu destino.
            Já na sexta-feira Leonardo foi bem solicito e ligou com antecedência para confirmar o encontro que, dessa vez, seria no restaurante mais badalado e difícil de conseguir vaga da cidade. O sorriso da jovem foi de orelha a orelha, inferiu, imediatamente, que ele estava na dela: solícito, educado, levando ao melhor restaurante. Ficou feliz!
            O encontro foi excelente e ao final da noite pegou fogo, como ela havia predito: o tesão apareceria! Ele a convidou para passar a noite com ele. Ela depois de ler tanta autoajuda, tanta Revista Feminina fez o que sempre é recomendado: nunca dar de início. Então, resistiu, virtuosamente! E pensou: “Agora conquistei o cara, ele nunca mais vai me largar!”
            Beijaram-se e despediram-se para de novo se encontrarem no dia seguinte. E no sábado esperou, ansiosamente, pela ligação que não veio! Então, furiosa, ligou e ele respondeu, solícito:
            - Caramba, estou super feliz que você ligou, mil desculpas por não ter te ligado, mas é que meu irmão apareceu de repente e, uma coisa chata, ele se separou. Está se lamuriando e bebendo todas, não deu para eu ligar. Você me perdoa? Se ele ficar bem, amanhã te ligo sem falta.
            Amanda perdoou e ficou em casa, nem contou para os amigos o que tinha ocorrido, ficou com medo de expor um fracasso e este trazer azar para a sua nova relação. No Domingo, esperou ansiosamente pela ligação de Leonardo e como não aconteceu imaginou que o irmão dele não devia estar bem. Ligaria durante a semana para perguntar e fez, como sempre ele foi muito gentil, tranquilizou-a e ficou feliz com a ligação, disse que estava com saudade, que o irmão ainda não estava bem e assim que pudesse ligaria novamente.
            No final de semana, nenhuma ligação, e ela entrou em desespero. Não tinha jeito, precisava da ajuda dos amigos para tomar as próximas decisões. E, novamente, os reuniu em seu apartamento.
            Consenso geral, o cara não estava interessado, quem está interessado procura. E a protagonista ficou na velha sessão do porquê! Os amigos deram outro sacode:
            - Não importa! Semana que vem você volta para a caça. O importante é não desistir, você vai encontrar alguém, você merece!
            Então, próximo episódio, no mês que vem, mais uma tentativa para Amanda encontrar o par ideal. Claro, que desanima, claro que a vontade da jovem é acreditar que não tem sorte no relacionamento e desistir da busca, mas quem foi que garantiu que encontrar relacionamentos seria fácil? Nem nos contos de fada é fácil, sempre se morre antes de conseguir!
Margareth Sales

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