Capítulo 3: A caça continua!
Bruno
foi o próximo amigo a ajudar Amanda encontrar o par perfeito. Ele era
homossexual, fez a graduação junto com Amanda, onde se tornaram amigos. Mais
tarde, veio a se tornar o diretor de arte na empresa que a amiga trabalha. E
isso aconteceu por indicação de Amanda que viu essa vaga como muito mais
vantajosa do que a que ele ocupava no trabalho em que estava.
Então,
esse era o segundo final de semana separado pelos amigos para ajudar a
protagonista a desencalhar. O primeiro serviu de aprendizado, mas de concreto
nada rolou. A proposta para esse final de semana seria ir às compras, ou seja,
unir o útil ao agradável, pois Amanda precisava de alguns objetos para a casa a
qual havia retornado.
E,
segundo Bruno, um bom local para paquerar solteiros são essas famosas lojas que
vendem móveis e utensílios fashion para casas. Na visão do amigo aqueles que
estão se preparando para casar vão acompanhados e os solteiros, que são muitos,
vão sozinhos, o que os torna, facilmente, identificáveis.
Seu
amigo, então, preparou-lhe um script. Ela iria, como toda boa caçadora,
reconhecer o local, procurando pela presa. Assim, que a presa fosse
identificada faria uma aproximação casual, para não assustar o pequeno
animalzinho acuado, claro. E aí era ganhar confiança e dar o golpe fatal. E
esse golpe viria com uma frase casual daquele tipo mulher indefesa procura
macho alfa para ser salva!
A
frase usada então foi: “Essa madeira para a prateleira de mogno é confiável?
Sabe como é, né? Meu ex-marido que fazia tudo... E não quero colocar meus
maravilhosos livros nesse suporte e deixá-los cair todos!”
Funcionou...
No dia seguinte, sábado, Amanda tinha seu primeiro encontro com Leonardo. Ele
era amável e educado, nunca se excedia, porém ligou bem tarde para confirmar o
encontro, como a jovem já estava no shopping mesmo, apenas localizou o encontro
para o local. Eles iriam pegar um cineminha.
O
primeiro beijo foi durante o filme, claro! Foi asséptico, mas de pegação Amanda
entendia muito bem, sabia que era só um momento de contenção. Percebia que o
jovem tinha potencial para melhorar e não ficou desiludida. Depois do cinema um
lanche e ele a levou em casa.
Marcaram,
novamente, para o Domingo, mas uma chuva torrencial cancelou os planos. O novo
encontro, então, foi remarcado para o próximo fim de semana. Durante a semana a
jovem esperou que ele ligasse, mas nada! Ligou para os amigos, pilhada, dizendo
que Leonardo não estava interessado nela. A resposta dos amigos? Calma, mandaram-na
esperar até o encontro já agendado.
Então,
o resto da semana fluiu bem. Na quarta-feira Rodrigo, o vizinho, foi ajudá-la a
colocar a nova prateleira para seus livros. Ela comprou coca-cola, pois ele não
bebia bebida alcoólica, os dois conversaram um pouco depois de terminado o
serviço e como Amanda estava desesperada por afirmação contou como comprou a
nova prateleira e do seu “novo” namorado! Foi assim que ela descreveu Leonardo,
desesperada para que as palavras virassem profecia e selasse seu destino.
Já
na sexta-feira Leonardo foi bem solicito e ligou com antecedência para
confirmar o encontro que, dessa vez, seria no restaurante mais badalado e difícil
de conseguir vaga da cidade. O sorriso da jovem foi de orelha a orelha, inferiu,
imediatamente, que ele estava na dela: solícito, educado, levando ao melhor
restaurante. Ficou feliz!
O
encontro foi excelente e ao final da noite pegou fogo, como ela havia predito:
o tesão apareceria! Ele a convidou para passar a noite com ele. Ela depois de
ler tanta autoajuda, tanta Revista Feminina fez o que sempre é recomendado:
nunca dar de início. Então, resistiu, virtuosamente! E pensou: “Agora
conquistei o cara, ele nunca mais vai me largar!”
Beijaram-se
e despediram-se para de novo se encontrarem no dia seguinte. E no sábado esperou,
ansiosamente, pela ligação que não veio! Então, furiosa, ligou e ele respondeu,
solícito:
-
Caramba, estou super feliz que você ligou, mil desculpas por não ter te ligado,
mas é que meu irmão apareceu de repente e, uma coisa chata, ele se separou.
Está se lamuriando e bebendo todas, não deu para eu ligar. Você me perdoa? Se
ele ficar bem, amanhã te ligo sem falta.
Amanda
perdoou e ficou em casa, nem contou para os amigos o que tinha ocorrido, ficou
com medo de expor um fracasso e este trazer azar para a sua nova relação. No
Domingo, esperou ansiosamente pela ligação de Leonardo e como não aconteceu
imaginou que o irmão dele não devia estar bem. Ligaria durante a semana para
perguntar e fez, como sempre ele foi muito gentil, tranquilizou-a e ficou feliz
com a ligação, disse que estava com saudade, que o irmão ainda não estava bem e
assim que pudesse ligaria novamente.
No
final de semana, nenhuma ligação, e ela entrou em desespero. Não tinha jeito,
precisava da ajuda dos amigos para tomar as próximas decisões. E, novamente, os
reuniu em seu apartamento.
Consenso
geral, o cara não estava interessado, quem está interessado procura. E a
protagonista ficou na velha sessão do porquê! Os amigos deram outro sacode:
-
Não importa! Semana que vem você volta para a caça. O importante é não
desistir, você vai encontrar alguém, você merece!
Então, próximo episódio, no mês que vem, mais uma
tentativa para Amanda encontrar o par ideal. Claro, que desanima, claro que a
vontade da jovem é acreditar que não tem sorte no relacionamento e desistir da
busca, mas quem foi que garantiu que encontrar relacionamentos seria fácil? Nem
nos contos de fada é fácil, sempre se morre antes de conseguir!
Margareth Sales
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