segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Produção Textual: A relação de sentidos para Jovens e Adultos


A postagem desse mês é um resumo da minha monografia que foi apresentada no dia 04 de Agosto de 2012, para obtenção do título de Pedagoga. Foram 44 páginas, resumi aqui em 2!
 
1. A HISTÓRIA DA ESCRITA E DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
1.1 HISTÓRIA DA ESCRITA
A escrita surgiu, na pedra, para representar a fala. A partir daí era lida fora do contexto em que foi escrita, imortalizando a fala. Também era forma de lembrar valores e mercadorias. Quando a necessidade de escrever se expande, troca-se pedra entalhada por papiro. Mais leve e de fácil manuseio. Resultando em maior acesso ao material escrito.
Mais tarde uma nova superfície para a escrita se faz necessária, de forma que a palavra grafada pudesse ser levada para qualquer lugar. Criou-se o códice, escrito dos dois lados para virar e não enrolar. A grande revolução foi o papel, surgido da seda, mais barato, fácil transportar e manusear. O caminho natural dessa revolução foi a criação da imprensa. Chegando aos dias atuais tem-se uma série de tecnologias que culminam com as máquinas inteligentes.
Havia uma diferenciação entre escribas e população. Os primeiros detinham poder social.
1.2 BREVE HISTÓRIA DA EJA
A EJA é a modalidade de ensino que visa suprir a demanda daqueles que não concluíram a escolarização na idade dita como certa. A EJA tem sua história ancorada na alfabetização da classe popular. Mas no Brasil Colônia já existia educação de jovens e adultos com a catequização pelos padres jesuítas.
Apesar de ser constituída como reprodução da elite dominante, formação de mão de obra barata para o mercado de trabalho. A EJA é uma modalidade política com o intuito de prática de libertação do oprimido. A história conta também que aos poucos a modalidade foi passando das áreas rurais para as mais urbanas. O que se deseja é que a escola proporcione emancipação social e cultural para alunos EJA, ajudar o aluno a encontrar a sua voz.
2. A FUNÇÃO SOCIAL DA LÍNGUA
            Se a função social da língua é comunicar algo a alguém o padrão culto da linguagem tem a intenção de permitir que isso aconteça sem ruídos. Dessa forma, também o professor deve usar o padrão culto para ser entendido e instrumentalizar seu aluno a se fazer entendido na linguagem.
            Dominando a língua têm-se acesso aos bens culturais da humanidade por meio da leitura. E essa leitura enriquece o aluno fazendo-o se entender e entendendo o mundo em que vive. A fala dá acesso ao que se refere ao mundo interior do indivíduo, ou seja, reforça a função social da língua transmitir algo a alguém. A escrita é o desdobramento dessa função.
            Socialmente o jovem e adulto precisa do padrão culto da linguagem para ascensão no mundo profissional ou, simplesmente para comunicar-se nele e se fazer melhor entendido.
2.1 A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA INFORMÁTICA E SUA RELAÇÃO COM A LEITURA E A ESCRITA
            Dominar a tecnologia faz com que o aluno EJA se sinta mais competente porque ele tem conhecimento da importância das TIC’s. A informática é uma ferramenta de inclusão social.
3. PRODUÇÃO TEXTUAL E A RELAÇÃO DE SENTIDOS PARA OS JOVENS E ADULTOS
            Mesmo que socialmente seja bom adquirir o padrão culto da língua, o aluno pode não se interessar em ler e escrever. Como proporcionar esse sentido? A primeira coisa a ser feita é demonstrar que escrever sua própria fala interna faz sentido, muda a história e liberta o sujeito para novas visões de mundo por meio do conhecimento. A aquisição do domínio padrão da língua, encontra-se sempre ancorada na realidade do aluno EJA, transpondo-se para uma realidade maior, a do conhecimento.
            Com o trabalho de se debruçar sobre a atividade do pensamento desdobra-se em capacidade para colocar esse pensamento no papel. Não esquecer que o professor é modelo de reflexão para o aluno. E não há como fugir da realidade de que se pensa por associação de idéias, mas o ser humano é capaz de ir além e criar algo novo do resultado dessa associação.
            Sabendo-se que o processo do pensamento para a língua escrita não é tão intuitivo. Uma única palavra semanticamente possui várias significações, ancoradas à cultura e ao indivíduo. A escrita é um treino artificial, a escola tem essa função, treinar a escrita. Com o treinamento esse caminho entre pensamento, fala e escrita se torna mais fácil, até aperfeiçoar-se que claramente levará a vida toda.
            Se há conhecimento do que se quer escrever, escreve-se. O que acontece é que esse aluno ainda não sabe o que dizer. E para tal o professor precisa fazer com que o aluno EJA seja capaz de reescrever o mundo interior, as próprias idéias para elaborar novos sentidos.

REFERÊNCIAS

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