quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Culpado ou Inocente?


Nasceu bonito, terceiro filho de dois natimortos. Cresceu se amaldiçoando por esse fato tão terrível! Será? Amor incondicional pela mãe sofrida por ter perdido essas crianças e ódio pelo pai, primo da mãe, um grosso. Claro, primos: filhos mortos! Freud explica essa relação?

Cresceu, tornou-se homem, seu bairro, subúrbio, nunca contribuiu para seus sonhos: aprender inglês, informática e fazer uma faculdade. Não permaneceu em empregos, não tinha formação, ficou pipocando pela vida. Seu pai, louco, demonstrando que ele deveria ser homem, arrumar emprego decente, como ele, grande homem!

É cobrado pela mãe para dar netos, arruma uma na esquina e faz um filho. Sustentá-lo? Não tinha condições, mas fala com o peito cheio que nunca nada faltou para a filha, como? O pai a sustenta! Peraíiiiiiiii! Aquele mesmo pai louco? Insensato?

Uma oportunidade na vida, um emprego tipo Chandler Bing: não sabemos o que faz, sabemos que trabalha (do seriado Friends). Comprou seu carro, ganhava bem. Achou que o futuro de sua vida estava nesse emprego, baseado em comércio flutuante, foi a deriva. Ficou desempregado!

Casou perto dos 40, sua esposa? Quase metade de sua idade, fez o filho 2! Dois filhos e uma esposa, casa para morar? Nunca! Casa dos pais, quando não os dele, os dela. Frustrado com a cobrança da mulher por uma casa, apontava a falta de misericórdia dela com sua vida tão sofrida! Decidiu-se separar, culpa da esposa, claro, não dele, que não fornecia a casa do casal. E também ela começou a trocar sexo por estabilidade: “só dou se sair a casa!”

Voltou para a casa dos pais, solitário, sem sexo que gostava muito, por sinal.! Começou a viver de mimimi (traduzindo: chorando amargurado pela vida que não se realizava). Continuava bonito, aliás muito mais bonito: chegou aos 40, suas filhas, lindas, né? Segundo ele: NÃO! Como?

Se concluirmos que até então ele vagava pela vida, agora estava a deriva. Perguntava a todos onde se encontrava a tal da felicidade? Será que um dia poderia conseguí-la? Resposta: tem resposta? Vocês querem resposta? Me respondam vocês...

A deriva, na marca do penálti, decidiu ter vida. Depois de mais de um ano sozinho, encontrou alguém: bonita, decidida, inteligente, sexy demais! Pensou: vou me fazer, vou aprender, vou crescer e vou desfrutar! “Você é a mulher da minha vida, dizia ele!” “Quero te levar para casa”.

Pouco tempo de namoro, a pressão que fazia puxou o namoro para cima, ou para baixo? Surgiu a pressão de um compromisso mais sério. Ele ligou para ex: “estou namorando”. A ex gostava dele. Ex volta!

Ele resolve acreditar que casado uma vez, casado para sempre. Diz para a namorada: sou adúltero! Me perdoa, nunca deveria ter feito isso. Mas manteve a namorada em standy by: “Estou vendo que você não está bem, me ligue sempre, serei ombro eterno”...

E, todos os dias, eram três horas no telefone com a ex-namorada. Até que ela informa que já está com outro. Transando? Surge logo a pergunta! Sim. Resposta: “Você está vivendo em prostituição, não sabe esperar até casar?” Ela: “Mas você forçou a maior barra para eu dar para você!” Ele: “Você se acha certa? Você teria que se segurar, eu estava fazendo o meu papel!” Ele: “Não vou orar mais por você, você está seguindo um caminho tortuoso”.

Resultado: o homem é Santo? Louco? Merece o perdão que tanto clama, por ter ido buscar uma namorada quando era pecado o que fez?

Perguntas: Será que essa pessoa se dissociou completamente e não retorna mais? Será que os 40 anos foi o tempo final de sua vida, a chance era agora? Será que há chances para alguém que nunca quis se ver. E, a pergunta principal... Será que porque não entendia o caminho percorrido, vamos usar Freud, inconscientemente traçado. O torna inocente ou ele é culpado de quase estragar a vida de três mulheres porque usou o inconsciente como auto-sabotagem aos próprios delírios de poder. Não alimentados numa vida real, mas numa vida paralela. As respostas? Você decide caro leitor!
Margareth Sales

8 comentários:

  1. O maior problema é acreditar que é o outro que tem que nos dar felicidade. Nós devemos encontrar uma pessoa e estarmos dispostos a fazer o outro feliz, pois fazendo o outro feliz, eu vou ficar feliz. A felicidade é uma construção mútua, eu te faço feliz, você me faz feliz. Quando isso deixa de funcionar, o amor tende a morte. Freud pode até explicar, mas nada vai torná-lo inocente. Enquanto ele pensar que o problema está no outro e ele não tem que fazer nada pelo relacionamento, vai ficar sozinho. ou, pelo menos, vai passar por vários relacionamentos sem se prender a nenhum.

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  2. Poderia até tentar explicar/entender esse comportamento, com a minha "larga" experiência de vida! kkk Mas vou ser mais breve. Meninas, se encontrarem um tipinho desse por aí: Corraaammmmm!!

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  3. Respondendo ao Título: Lobo em pele de cordeiro.

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  4. Hipocrisia se esconde atrás de uma bíblia como muitos por ai. Com ele pode transar, com os outros a mulher é a puta?!!

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  5. É, sr(a). "anônimo", tem razão. Quem sabe usar dois pesos e duas medidas não pode ser tão inocente assim...

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  6. Amei o final do texto... Esses lobos em pele de cordeiro merecem ser pisados por uma mulher "poderosa" e assim aconteceu sub entendido no texto, porém isso é apenas um texto e estes lobos estão por aí. Agora pergunto a autora: Existem mulheres poderosas ao ponto de acabar com "a vida" destes lobos? Se tiver vc se considera uma mulher poderosa?

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  7. Não sei se tais lobos precisam de uma mulher "PODEROSA"... acho mito demais essa história de mulheres arrasadoras, mas a verdade gritante é a de que o conceito machista de relação continua categorizando as mulheres em putas e santas sob o prisma de transar ou não!!

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  8. Conheço um pastor assim!!! Galinha. Escondido atrás de livros teológicos. Um cão no cio!
    Acho que vcs devem conhecer gente assim!! Não?

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