terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quando a morte chega

Bem, a morte é sempre um mistério, porque segundo o dito popular, ninguém voltou ainda para contar. Porém, alguns acham que há pessoas que voltam... Não estou aqui para derrubar a crença de ninguém, muito menos fazer apologia de religião dentro do meu blog, mas minha opinião pessoal é: ninguém volta! Cada um que fique com sua opinião ou então se querem ser formadores de opinião que usem das modernas tecnologias de informação e comunicação para fazê-lo, isto significa: façam seu próprio blog!

Dito isso, a discussão aqui iniciada é sobre aqueles que se vão e, realmente, não voltam mais. Como realmente lidar quando alguém vai embora para sempre? Quando de maneira nenhuma essa pessoa voltará? É isso que é o mais doloroso na morte, a ida!

Não somos acostumados a lidar com a perda, faz parte de nossa sociedade globalizada a acumulação, queremos acumular tudo: bens, amigos, relacionamentos entre tantas outras coisas. Deixar ir... é muito difícil! Porque há muitas idas, com diversos níveis de complexidade, mas a mais difícil sem dúvida é a morte! Não há palavra que preenche aquele vazio, aquela dor!

Como lidar então com essa dor? Em minha opinião de quem já viu alguns irem e que soube lidar com isso, uma ajuda, já que nada do que eu vou falar aqui vai resolver, seria: sobriedade. Já vi muitas coisas sobre a morte e comportamentos bem descompensadas, gente que observa o túmulo e a foto deste imaginando que o morto está vigiando o corpo. Sombrio? É pouco! Bastante doentio. O medo da morte existe, da nossa e dos outros, mas ela vem, de que adianta viver sobre essa premissa? Por isso, a sobriedade é meu primeiro pré-requisito, se diante de todas as pancadas da vida, envergo, mas não quebro. Sim, sou sóbrio! Se não sou sóbrio, ou seja, se me apavoro, descompenso, descabelo, grito, meu segundo pré-requisito seria: procure ajuda profissional! Digo isso com compaixão, porque tenho visto pessoas vivendo sob a premissa da morte e não da vida e não são pessoas sóbrias.

Não há como negar que a morte para o sentimento de quem fica é algo banal e sem razão. Não há sentimentos de felicidade naquele momento, mas o pior é que, via de regra, a morte não fecha um ciclo na vida de quem fica. Então, aliada a dor fica a inconclusão, a interrogação, muitas perguntas e nenhuma resposta mais. É como se de uma hora para a outra fomos obrigados a jogar fora parte fundamental da nossa vida.

O filme que vira e revira a cada minuto em nossa mente e a pergunta: o que estava errado? Nada estava errado, mas como convencer disso? A resposta está em você continuar, sozinha ou não, filhos para criar ou não. Irmãos que ainda contam com você ou não! A vida é sua, é para ser vivida por você. A morte é dura, fecha-se numa sepultura, mas a sua vida é preciosa, esse é o diferencial entre a morte como ponto final e a morte como recomeço pessoal de quem fica.

Você perdeu alguém importante e não sente isso? Claro que não! Mas não quer dizer que não seja verdade, a morte é recomeço para quem fica. Seja sóbrio, seja feliz com quem ainda não foi, jogue fora o que não presta e fique com o melhor da pessoa, quando ela for lhe restará as lembranças para continuar e criar outras, no mesmo espaço, em outro espaço. Mas a felicidade não se foi junto com a pessoa, houve dor sim, mas ainda nascerá, todos os dias o sol, para seu renascimento!

Margareth Sales

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