quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A tirania do relógio


Pensando friamente e realísticamente, percebe-se que a noção de tempo é cultural, ou seja, foi inventada pelo homem. Não existe duas horas da tarde, claro que existe o fenômeno de que o sol está em determinada posição ao que chamamos duas da tarde. E isso foi inventado para que o homem pudesse medir melhor a maneira como ele atua no meio natural.

O que foi criado como ajuda para o homem acabou por escravizá-lo. Hoje, o homem não acorda quando dormiu o suficiente, mas quando o relógio, ou celular, toca. Não mais se conta o espaço entre o dia que você nasceu e o hoje como forma de crescimento e de bons momentos no planeta, mas como envelhecimento. Nota-se que envelhecer é conotado como tempo mal vivido, no qual todos fogem, como se pudesse não chegar a velhice.

É a tirania do tempo que tem produzido tantas doenças, haja vista, quer dar conta de inúmeras variáveis o mais rápido possivel, como se diz, correndo contra o tempo é não só desumano como impossível, mas tentamos.

O grande problema é que todos querem tudo para ontem e, de verdade, a realidade não comporta esse tipo de pressão. É claro, que como o relógio marca tic tac, tic tac, tenta-se até cumprir essa tirania, só que tudo fica pela metade, mal feito e mal estruturado.

É preciso se entender que tudo tem um tempo certo ou um tempo que não foi contado, que não se encontra pré-determinado, mas que um dia, sem previsões, esse tempo chega. A Biblia faz menção ao fator tempo e é uma passagem muito coerente, madura e verdadeira, nela em Eclesiastes 3:1b se diz: “há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Isso significa que para Deus (para os que crêem claro), todos os seus objetivos são muito importantes e eles serão realizados, pois há tempo para todos eles.
 
Pessoalmente, creio nisso, até mesmo profissionalmente, onde acredito que o aluno, mais cedo ou mais tarde aprenderá, no momento dele. E por isso que a famosa frase “correr contra o tempo” deveria ser revista. Sim, contemporaneamente, corremos muito contra o tempo, mas isso tem consequências gravíssimas: pressão alta em função do stress, ansiedades excessivas, falta de sono, todos agravantes físicos que geram várias especíes de doenças.
 
Por isso a melhor posição frente aos dias atuais seria desacelerar. Difícil? Quase impossível, mas é uma decisão que só você poderá tomar, mas lembre-se que se você não resolver ir contra a maré, o próprio corpo poderá decidir desacelerar por você. E cuidado, se ele tomar essa decisão antes de uma atitude significativa de sua parte, poderá ser tarde demais...
Margareth Sales

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