terça-feira, 28 de junho de 2011

Não tenho namorado, mas namoro

Em homenagem especial ao mês dos namorados, vou falar especificamente sobre relacionamentos.

Como assim? Deixa eu explicar, às vezes duas pessoas percebem que se divertem estando juntas, são amigos, mas não querem namorar. E porque não querem namorar se gostam de ficar juntas? Porque não há amor e nem possibilidades de que venha a ocorrer. Porque são incompatíveis com os propósitos de vida, cada um caminha em lados opostos. Mas mesmo assim, gostam de passar um tempo juntos e trocarem “fluídos”.

Na realidade vivemos em uma sociedade que cobra que o homem não viva só. Não é uma cobrança absurda, é só observar que é verdadeira e natural porque salvo raríssimas excessões ninguém quer estar sozinho. Mas ter um namoro lavrado em cartório, com firma reconhecida e assinatura em sangue também não é sinal de que a criatura não estará só.

Portanto, se entre vários mundos reconhece-se que ainda não apareceu ninguém que, definitivamente, se queira oficializar um relacionamento, necessariamente, não pressupõe a solidão total e absoluta do ser que não tem namorado (a). Por isso, namorar é fundamental, mas pode-se namorar sem ter um namorado.
 
Às vezes, não é só o amigo que namoramos, ou seja, sempre encontramos, sempre “trocamos fluídos” mas não é nada oficial. Por vezes, então, namoramos a pessoa mais próxima a nós, um namoro platônico, ingênuo, de troca, de olhar de aprovação, sabendo que por ser platônico não é para durar a vida toda, mas é namoro de transição.
 
Às vezes, namoramos nosso bichinho de estimação... E ele nos faz companhia, mas também não é para sempre, é só um período de transição. Essa transição pode ocorrer por diversos motivos: geograficamente você se encontra em um local onde as pessoas são diferentes culturalmente do seu ambiente e você realmente não adapta-se a essa cultura. Por isso, no momento você vive um relacionamento com alguém dessa cultura, diferente da sua, mas não será para sempre, porque dentro de um período você retornará de onde veio e buscará alguém que se identifique mais com seus anseios.
 
Há que ressaltar que é preciso ter “bala na agulha” para levar um relacionamento não formal. Têm-se dois caminhos, esses são, exatamente, a escolha entre ficar sozinho ou curtir não alguém que desdobrará em “serão felizes para sempre”, mas em alguém que será companhia nesse momento, até que as circunstâncias da vida os separem. Ou seja, escolher entre assumir que está em transição e optar por um relacionamento não oficial ou ficar sozinho. A escolha então é individual, você que decide não a sociedade e seus processos de normatização.
Margareth Sales

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