domingo, 30 de janeiro de 2011

O que é ser feminista


Fui pesquisar, mais uma vez, para escrever sobre esse tópico. Prefiro os tópicos sem pesquisa, só imaginação do escritor. Mas às vezes é necessário corroborar uma ideia, então parte-se para a pesquisa. Pesquisa feita, ideia fechada, vamos ao texto.

 Na Wikipédia se encontra: “Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta direitos equânimes e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero”. Do Aurélio: “1. Movimento daqueles que preconizam a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher, ou a equiparação dos seus direitos aos do homem.  
 
Se eu tivesse um filho menino eu não daria, nunca, uma boneca para ele brincar. Estou reforçando uma cultura machista? Sim. Mas vivo nela, não posso lutar contra todas as injustiças ou brigar por tudo, escolhemos nossas brigas. Eu explicaria ao meu filho que não há nada de errado brincar de boneca, mas que convencionou-se atribuir bonecas as meninas e brinquedos agressivos aos meninos. Ajudaria ele a refletir que nada tem de errado, mas que mesmo assim, prefiro que ele brinque com “brinquedos de menino”. Então, a realidade é que eu, Margareth, sou preconceituosa também, se é isso que estão angustiados, em descobrir quem eu sou! Não deliro porque não sigo uma corrente, mas sigo aquilo que para mim é coerento. Ouço o outro e aprendo e se nessa aprendizagem decido mudar, faz parte do meu crescimento, não porque sou Maria-vai-com-as-outras e nem porque sou radical. Não creio em radicalismo, em uma única teoria que desvende o universo, em uma psicologia que desvendou quem é o homem é não espaços para o novo. Acredito na Psicanálise e na Terapia Cognitivo Comportamental, ou seja, em Freud, Becker e Skinner... E alguns psicólogos tiveram uma contração, uma dor interna... Feri seus sentimentos mais íntimos? Só posso lamentar porque não sigo uma corrente de pensamento, pelos que seguem e querem que eu siga. E estou feliz, pois sou livre, para descobrir por mim mesma, quais são as minhas verdades. 
 
Enquanto leio, reflito, se fosse me encaixar em um modelo de comportamento feminista, pelo que estou lendo agora seria mais uma pós-feminista do que uma feminista em si. Mas nem nesse modelo eu posso me encaixar, pois logo descobririam que eu não daria uma boneca para um menino e perderia qualquer credibilidade como uma feminista contemporânea. De qualquer forma, não me defino nunca numa fôrma, em um modelo pré-estabelecido de comportamento. Sou como qualquer outro ser humano e, principalmente, mulher: indecifrável, sempre!
 
Pelo que li também, há uma corrente acreditando que o feminismo está ligado a pregar o ódio contra os homens. Não faço parte da assertiva. Não prego ódio, mas compreensão. Vejam por esse ângulo, Jesus o tempo todo que esteve aqui pregou compreensão, o que os psicopatas fazem? Usam a própria Bíblia (não só os psicopatas, mas grupos usam palavras sagradas ou vamos chamar de palavras de compreensão, para pregar o ódio). Vou falar: eu, Margareth, não odeio os homens, nunca! Ao contrário se não puder viver no meio deles poderia ser insuportável para mim. Nos 21 anos que passei dentro da igreja, era o grupo dos homens que eu frenquentava, achava as mulheres tolinhas, despreparadas. Então, se eu estou dizendo isso, significa que acho as mulheres tolas? Claro que não, acho que a igreja manipulou as que eu conhecia fazendo delas submissas ao extremo.
 
Mas vamos continuar, para vocês descobrirem parte de mim, já que estão tão interessados! Por isso, repito no texto: eu, Margareth, quando falo assim é porque falo de mim mesma, da pessoa, não a escritora. O que eu escrevo, escrevo, mas o que sou, muitas vezes difere do que escrevo. Bem, eu, Margareth, acredito na família nuclear e sou contra produções independentes. Explicando: quem acha realmente que ter um filho é tão importante ao ponto de tê-lo mesmo sem um pai, eu apoio! Só não me peçam para fazer o mesmo, aliás, não quero ter filho nem com um pai. Não acho a ideia de ter filhos atraentes e aí eu me assemelho ao feminismo, claro. Mas deixo de me assemelhar pois, acredito, meu pensamento, minha ideia e gostaria aqui de respeito pelo que eu acredito. Creio então, que o chefe da família é o homem. Minha família tem que ter por chefe um homem, agora... Se há famílias que tem por chefe uma mulher, não venham me dizer que sou contra, não sou, apoio, mas não quero para mim. Então, nem dissedente do feminismo sou, comprovadamente, não sou feminista.
 
Em tempo, nunca queimaria um sutiã: preciso dele! Teriam que achar um outro simbolismo comigo para descobrir que apoio alguns princípios do feminismo e quais seriam esses? Sim, eu apoio os direitos legais das mulheres (direitos de contrato, de propriedade, e de voto). Pelo direito à mulher ao seu próprio corpo. Há descobri alguém que disse que quando você faz aborto você não está matando seu próprio corpo, mas o de uma criança. Não me mobilizou, sou a favor do aborto e poucos sabem disso. E escondi, principalmente, porque estive 21 anos dentro da igreja evangélica e seria, praticamente, excluída se revelasse meu pensamento interior.
 
Acredito ser de grande importância o movimento feminista. Sem elas, porque não me incluo, não lutei com elas e não luto, se lutasse teria que me adequar a princípios que não são os meus. Mas elas conseguiram direitos para mim, por isso, tem meu apoio. Direitos de contracepção, proteção de mulheres contra violência doméstica, assédio e estupro. Note uma verdade: não existe violência da mulher contra o homem, mas seu contrário sim! Por isso, não somos iguais, a mulher que apanha de um homem teria que no mínimo ir para uma academia, fazer uma defesa pessoal para bater. O homem não precisa, ele bate na mão mesmo, a força do braço dele é muito maior que a nossa, será que não é? Não acredito, vejo eles mais fortes fisicamente que as mulheres. Excessão? Sempre há!
 
Sobre salários iguais, porque homens teriam que ganhar mais que a mulher ocupando mesmos cargos? Não tem lógica. E nem é uma lógica feminista. É óbvio! Estudamos as mesmas coisas, fazemos as mesmas funções, porque eles tem que ganhar mais? Então, viva as feministas que conseguiram salários iguais. Agora... Lá vai mais uma polêmica, eu conserto computador, mas não gosto de carregá-los para cima e para baixo, deixo os meninos fazerem isso. Claro, já ouvi, meus amigos, homens: “Você não quer direitos iguais, então?”. Qual a questão entre ganhar a mesma coisa, por ocupar-se a mesma função de, realmente, não ter forças para abrir todas as garrafas ou latas? Não consigo entender a pergunta anterior.
 
Os papéis sociais são construídos socialmente? Claro. Vamos lembrar de novo da boneca do meu filho que eu não terei. É um papel social construído, óbvio! E eu reforço! Primeiro, nem a ciência ainda reconhece quais seriam as verdadeiras diferenças entre homens e mulheres, porque eu tenho que saber de tudo? Não sei, sei que certas coisas me incomodam. Sei que não acho legal, nem para mim, sexo por sexo. Acredito que as mulheres preferem sempre sexo com sentimento, eu prefiro! Todas são assim? Não! Muitas são assim? Também não sei. Quantas são muitas? Quem quer fazer sexo por sexo, que faça, eu, Margareth, gosto de estar envolvida, de gostar da pessoa. Mas também sei que qualquer ser humano normal, não namora sempre... Aqueles que namoraram um só e casaram, não diria tão forte que é anormal, mas tem algo que não cheira bem, não têm? Então, se nós mulheres estamos muito tempo sozinhas e queremos sexo, como fazemos? Acreditamos e apoiamos as feministas, ou seja, somos livres sexualmente e isso é bom, de uma certa forma. Bom porque podemos ter sexo e escolher quem queremos como companheiro, mas em contraposição, não podemos contar isso para os homens, somos discriminadas. E não é contra a discriminação que as feministas lutam?
 
Vamos tentar entender, abrir a mente um pouco mais! Os papéis sociais são construídos socialmente? Sim, acredito nisso. E quero como mulher ser respeitada se sou contra uma premissa ou outra. E exatamente, quero ter liberdade, sem discriminação para fazer o que acho melhor para mim. Se quisesse ser mãe, cuidar da casa e sem marido, quero ser respeitada por isso. Mas não quero isso, quero o que é de verdade importante para mim, não o que é importante para os outros ou para eu ser bem vista pelos outros. Não preciso ser bem vista, mas também não compro a postura de ser a ovelha negra, não preciso e não quero também ser um ícone de ódio e de mulher tabu, no qual não se aproximam.
 
O que é necessário? Cada vez mais uma revolução moral, ou seja, comportamentos livres de hipocrisia e sem opressões. Livres de hipocrisia porque não condeno os outros em suas verdades, não oprimo fazendo com que todos pensem como eu. Mas que também, posso chegar para alguns e falar: mas porque você sai com todos os caras, isso não faz bem para você. Ou: não transe com X, ele vai te largar, depois que conseguir o que quer, frase antiga né? Mas pode se tornar verdade, quando for verdade.
 
O que me preocupa de verdade não é machismo, nem feminismo, é o julgamento. E se alguém me julga baseado em princípios que foi incutido por uma sociedade machista, tenho que no momento ser feminista e lutar pelo direito que tenho. Eu não queria, nunca, ter nascido homem, mas sinto na pele a discriminação do homem, mas vivo em 2011, então sinto, reflito e tento crescer, mostrando que fui discriminada e tentando um caminho melhor. E não me venha dizer que mulheres não sofrem opressão que é mentira, claro que sofrem. Lutamos sempre pelo direito de não ser oprimida e encaramos o fato de que não é só chorando que resolvemos, então entramos na briga.
 
E por isso que digo, não escrevo falando de canalhas porque homem = canalha, isso é mentira. Escrevo porque o blog tem um perfil feminino e, principalmente, textos zoando homens, sendo ácida demais com eles, são engraçados. Muito! Mas acredito nos homens, gosto deles, convivo com eles. Ainda que, no momento, meu universo esteja mais cercado de mulheres do que nunca, não foi sempre assim. Não quer dizer também que sempre será, de qualquer forma, ainda escreverei um texto homenageando eles, porque merecem!
Margareth Sales

2 comentários:

  1. Antes de ler o texto pensava que a autora era feminista por causa das suas crônicas engraçadas “criticando” os homens, porém ela me surpreendeu mostrando que ela é apenas uma mulher que apóia os direitos das mulheres de merecerem os mesmos valores que os homens tem perante à sociedade ( Ex: área de trabalho). Mas não podemos esquecer que vivemos numa sociedade cheias de preconceito e acabamos absorvendo algumas coisas que a sociedade considera certo e errado. Assim agimos de forma com a padrão exigido pela sociedade. Por exemplo: dar uma boneca para um garoto brincar seria um presente ruim para olhos da sociedade e para a autora também. Isso quer dizer que a autora é preconceituosa? Claro que não! Ela apenas absorveu o que lhe foi passado: brincadeira de menina é boneca e brincadeira de menino é carrinho! Em relação de a autora ser feminista tenho uma conclusão que existe uma grande diferença de uma mulher feminina de ser uma mulher feminista!

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  2. O cara do tumulto ainda não descobriu esse texto aqui?
    Texto grande... Quase me perdi. Mas gostei da explicação! Chamava de feminista muitas mulheres que não eram!
    Esclarecedor!

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