terça-feira, 26 de outubro de 2010

Minha inferência final de Lost

Na cena final de Lost e na cena de entrada vê-se um tênis, referenciando o tempo corrido. Bem, a primeira resposta para o primeiro episódio: Lostzilla não podia pegar os candidatos e nem os que lhe poderiam ser úteis no futuro. Vicent passou a ser o espírito da ilha, ele sempre esteve lá nos grandes acontecimentos, levado pelo Walt que possuía poderes telecinéticos e governava os animais.

Eu vejo que para melhorar a relação com Lost depois do péssimo último capítulo é ver que as respostas vieram, não todas mas as mais importantes durante todos os episódios.

Se a conversa de Locke com o Jack no dia em que ele achou a caverna é verdadeira, então a razão de Jack está na ilha é banal. Ver Jack perder a vida para proteger a ilha, ou seja, as pessoas que voltaram para casa no Ajira ou os que ainda restaram na ilha, como as crianças e a Cindy que estão vivos lá, mas como telespectador preferia muito mais.

As cenas de Locke parecem, realmente que ele morreu ao cair na ilha, a segurança ou talvez ele, de certa forma, foi possuído. E realmente, há margem para várias interpretações pois ficou provado no final que os produtores não sabiam o que estavam fazendo. Ou então, não sabiam como conduzir o final.

Os olhos branco e preto de Locke demonstram a predilação do Lostzilla por ele, desde a época do sonho de Claire. Vê uma coisa borrada junto a Claire tem sentido, provavelmente, já é o Flocke que a influenciará, parece então que o fato da claire criar o Aaron tem mais a ver com o Aaron afastá-la do Flocke, quando ela entrega-o para ser criado por outra pessoa, fica suscetível ao domínio do Lostzilla. Então, nessa parte “parece” que eles sabiam o que estavam fazendo. Você vai assistindo e a sensação de que o final ficou desfocado, nada tendo a ver com o todo, é imensa.

Percebi uma nova situação ao rever Lost, não era o Walt que estava no msn anos 80, mas sim Os Outros. Walt realmente não tinha acesso ao computador, a intenção do Ben Linus, já era manipular Michael para chegar a Jack, por causa da operação.

O que não me deixa é a ideia de que Locke caiu morto na ilha, ou “algo parecido”, no episódio que é necessário que se batizasse o Aaron. Locke faz oposição veemente à isso se colocando contra o próprio Ecko, que obviamente passou por tudo que passou e servia a Deus. Locke não, ele não chegou a ilha recuperado de suas questões, mas preso ao conceito do coitadinho, vítima do pai cafajeste. Um mistério nunca resolvido é: como Sun usa branco na horta dela e não se suja? rsrsrs.

Ben Linus foi atrás do Jack quando capturado por Rousseau. Então ao ver em Locke seu desespero para ser alguém, se sentir alguém, acabou por dizer que veio em busca dele, mais uma mentira de Ben.

A história de Libby é bem tranquila: ela amava o marido, marido morre, ela se interna voluntariamente por depressão, only... o resto sabemos!

Bem, como escrevi isso revendo as 6 temporadas o pensamento foi clareando... Lostzilla influencia a todos da ilha e mais ainda ao Locke, porque ele é fraco e suscetível. Então, Locke caiu na ilha Locke mesmo, mas totalmente influenciado por forças maiores que ele.

Obviamente, a mãe de Faraday é uma viajante no tempo, ainda que não tenham desenvolvido “direito” o final dela. Mas alguém que sabe muito sobre Desmond, só poderia realmente, ter vindo do futuro por tal conhecimento.

Segundo a tatuagem de Jack: “Ele anda como nós, mas não é um de nós”, só significa que ele seria o novo Jacob porque deixar ele morrer e passar o cargo para o Hurley? Sucks, os produtores cagaram tudo!

Mikcail Bakunin conhecia o Jacob, por isso que não morria tão fácil, ele foi levado para a ilha por algo maior que o Ben: Jacob. Não foi a ilha que curou Locke, mas sim Jacob que não deixou ele morrer e ao cair na ilha ele se cura, pelo toque que já havia recebido do Jacob. O Ben foi o único problema da ilha, o que gerou toda a confusão e mortes. Ele agiu desde o começo como psicopata, mas ele se arrependeu.

Obviamente, a viagem no tempo influenciou o agora, se não fosse dessa forma, não haveria porque Daniel Faraday chorar tão compulsivamente com a queda do avião. Haja vista, que a assertiva é verdadeira porque a própria Eloise Hawkings é viajante do tempo. O que “parece” é que eles se perderam e não souberam desenvolver isso.

Não há nenhum mistério em cima da garotinha loira do Ben, ela só foi colocada lá para demonstrar a insanidade desse ao se apaixonar por Juliet. Bem, a garotinha loira foi a úncia pessoa que gostou do Ben, naturalmente, que deve ter deixado a ilha quando a bomba explodiria e o Ben tendo um comportamento psicótico é natural que ele quisesse trazer de volta. Por isso essa substituição e loucura com a Juliet.

Enquanto isso, Flocke por odiar o homem viu em Ben, o grande arquitetador de seus intentos que culminaria na morte do Jacob. A obcessão do Ben com relação as grávidas da ilha é uma forma de reviver a mãe, morta na concepção. Obviamente, então, ele não iria descansar até ver uma grávida dar a luz. Nesse caso, mais um ponto para Juliete e o amor louco dele por ela. Além de se parecer com sua amiga de infância ainda é pesquisadora na área que ele precisa de mais cura: fertilização e concepção!

O sonho do Locke com o Horace quer dizer que o tempo gira e, quando ele diz que Jacob, espera há muito tempo por Locke, já sabemos que não é o Jacob que espera, mas o Flocke. Parece que o Widmore lembra-se do encontro com Locke quando era jovem e parece providenciar tudo para quando Locke “cair na ilha” novamente. O Walkabout é uma prova disso, como o funcionário dele dando o caminho das pedras para o Locke.

Então, fechando o raciocínio, a turma do vôo 815 estava num loop temporal até conseguir romper com ele com essa última explosão da bomba. Onde a Juliet já do outro lado da vida diz que funcionou e o Jacob diz que as coisas se repentem até o momento que cessa. Quer dizer, eles viveram várias vezes essa situação e a última eles conseguiram romper com o ciclo temporal da ilha e culminou na morte do Flocke, definitivamente.

Ao assistir o episódio final de Lost percebi o quanto a mensagem final foi filosófica sim, mas niilista, onde descrê de Deus como supremo arquiteto e coloca nas mãos de homens frágeis o ônus de segurar as pontos diante de um mistério espiritual que nem se dão conta... Bem, contemporaneiamente apreendemos Deus dessa forma, um Deus maniqueísta, apontando ai ainda para a própria visão de Lost que coloca na mão de Jacob um humano frágil como todos, mas milenar que tinha esse dom, o de viver muito tempo no espaço contínuo.

A referência do Lost é que não existe um Deus que cuida, mas pessoas que errando acabam por acertar. Humamente bem colocada a questão, filosoficamente, nos tira da nossa caverna a exemplo da Alegoria de Platão. Mas não creio na inferência humana desconcertada do homem sobre a vida, por isso, creio sim que a um soberano olhar sobre o homem sempre. Um olhar de pai mesmo, o mesmo olhar que o Jacob com a maturidade passou a ter, mas que nunca o caracterizou como divino, ele não era. Portanto, creio na divindade de um só Deus criador e controlador dos céus e da Terra, não maniqueísta, não mesquinho, mas amoroso.

De qualquer forma, todas essas verdades só serão conhecidas quando nós mesmos encontrarmos nosso loophole ou a brecha que quebra a função terrena para nos levar para outra dimensão. Céu? Na minha concepção. Ou o limbo? Na concepção de Lost? Vamos esperar.

Margareth Sales

5 comentários:

  1. Prezada Margareth.


    As interpretações pessoais, dentro do seu texto, poderiam ser rebatidas, entretanto, não é esse o objetivo deste comentário.

    Concordo plenamente, quando diz que algumas das respostas aos mistérios, propostos pelos produtores do seriado, vieram. Ficaram muitos outros enigmas sem respostas, se bem, não fariam muita falta as suas respostas, a falta delas, contribui, e muito, para que a série seja tida como chacota mundial.

    Entenda que durante seis longos anos, todo espectador da série, sempre, quis saber sobre os números e seu fantástico significado; também se esperava uma resposta sobre os misteriosos sussurros. As respostas vieram, na forma de idiotices monumentais, sem sentido algum. Claro isto também é subjetivo. Com toda certeza, muitos adoraram. Mas aqui, radica o que sempre digo: depende do grau de exigência de cada um.

    A série nunca respondeu o quê era a “fantástica” ilha, qual a origem dos protetores ou guardiões e a origem do seu ridículo poder. Os produtores se limitaram a mostrar uma luz dentro de uma caverna com uma rolha de pedra para explicar tudo. Como se isto fosse um coringa salvador de um jogo ruim de cartas.

    E a fumaça, então?

    Dela se poderia fazer um tratado ao absurdo e seria pouco.


    As observações sobre as cenas que mostram que Locke poderia ter morrido ao cair na ilha, estão corretas. Hoje se sabe que a ideia original da série era essa mesma:

    A ilha era para ser o verdadeiro e único purgatório. As constantes lembranças que os losties tinham, lá, deveriam ser as das suas vidas reais. Eles estavam na ilha/purgatório para terem uma redenção e, depois, irem para a luz. Uma prova disto foi o Christian Shephard. Veja que ele sumiu do caixão e andava tipo um fantasma, e que só o Jack o via.

    Bom, se pegar aquele último diálogo entre o Jack e o Christian, na igreja da realidade alternativa, e o transladar para o início do seriado, na ilha, logo na primeira ou segunda temporada, o efeito seria o mesmo. Jack e os losties entenderiam que estavam mortos e iriam para a luz e terminaria o seriado.

    Claramente, o projeto inicial da série tratava de um roteiro curto, que foi dilatado para obter mais lucro, pois a audiência era massiva. A premissa era faturar... desrespeitando, visivelmente, o público.

    Permita-me concordar, novamente, com você, quando diz:

    “...pois ficou provado, no final, que os produtores não sabiam o que estavam fazendo.”

    ResponderExcluir
  2. Com respeito às viagens no tempo e aos personagens, denominados como, “especiais” da série, poderíamos fazer outros dois tratados ao absurdo.

    As opiniões sobre o efeito que produziriam modificações no tempo presente, em consequência de viagens no tempo, deixo para os criadores de cada obra de ficção científica. Na minha opinião, não passa de fantasia.

    Entretanto, vou me deter na sua observação, sobre a suposta explosão da bomba. Caso a bomba tivesse explodido no passado, não existiria o presente que os trouxe à ilha. Consequentemente, eles nunca poderiam viajar ao passado, pois nunca cairiam na ilha.

    Por outro lado, se eles estivessem em um eterno “loop temporal”, como você descreve, não existiria futuro. Entenda, por favor, futuro como uma seta de acontecimentos indo, eternamente, para frente. Acreditar que a ruptura de um “loop temporal” dá origem a todo um eterno futuro, na minha opinião, carece de sentido lógico.

    Tenho certeza de que o homem é o forjador do seu próprio destino. Caso existisse, essa suposta linha de tempo, narrada pela ficção científica, tudo estaria pré-determinado, restando ao homem, simplesmente, existir e cumprir a sua imutável, sina.


    Quanto à mensagem final, de todas as incoerências de Lost, resgato, com muita satisfação, a dura crítica que fez a todas as religiões. Quando os produtores davam como respostas, os seus, tão conhecidos “porque sim”, para as perguntas básicas e necessárias, para o bom andamento do seriado, eles claramente, estavam debochando das religiões e das suas respostas, do tipo “porque sim”, para a criação do Cosmos e a origem de Deus.

    Na minha opinião, Lost foi a série que melhor criticou todo um sistema de crenças. Basta ver a decoração da igreja na cena final. Inclusive, até agora, continua debochando dos fieis religiosos, representados pelos fãs ardorosos do seriado, que sempre procuram uma desculpa para explicar os absurdos do seriado.

    Veja como é fácil apontar esses absurdos num seriado de TV, entretanto, ninguém critica estes mesmos absurdos existentes dentro dos pilares de sustentação de todas as crenças da nossa sociedade. Todas as religiões e crenças dão como única resposta, quando inquiridas sobre a origem das coisas e de Deus, os nossos tão conhecidos “porque sim”, e todos os fieis os aceitam como suficientes, para continuar com aquilo que eles chamam de fé.

    Espero que muitas outras séries façam esta mesma crítica, para assim, poder melhorar a nossa sociedade, no transcurso do tempo.


    Baita abraço!!!



    César Sanchez


    .

    ResponderExcluir
  3. Olá
    Só comentando agora a pedido da escritora do Blog, devo dizer que concordo mais c/ os comentarios acima do que c/ o texto do blog, mas naun vou me extender no assunto, pois já se passaram varios meses desde o fim da série e naun quero ficar revendo os episodios p/ comentar c/ mais propriedade, mas vou dar só um comentario, que a série seria muito boa e até perfeita se tivesse seguido ao seu proposito inicial de ter 2 ou no maximo 3 temporadas, c/ o passar do tempo e aumento das temporads, os produtores se perderam e naun souberam como conduzir a serie a um desfecho satisfatorio.

    ResponderExcluir
  4. Um acidente como esse do voo 815 seria quase impossivel haver sobreviventes, por isso acho que eles estão mortos e estavam passando por uma espécie de purgatório aonde se deparam com o bem e o mal...
    Eberty

    ResponderExcluir
  5. Lost foi uma serie muito legal, apesar de eu nao ter gostado do final, mas por deixar muitas pontas soltas cada um interpreta de um jeito e da a oportunidade de todas viajarem na maionese!!! Beijos da Pri.

    ResponderExcluir