domingo, 10 de janeiro de 2010

Porque do Blog?

Porque só agora o blog? Tenho um amigo que leu meu primeiro livro, aliás ele comprou dois livros meus, um de informática e o romance. Assim, ele ficou ciente que eu tinha um site, mas ele me disse logo de cara: faz um blog, a onda é o blog! Não aceitei, elitismo meu, claro! Achava que blog era uma coisa muito inferior, tipo, você não constrói nada, só aceita o modelo pronto dali e não pode mudar sua página para o formato desejado. Mas mais do que isso, na época eu pensei: eu? Escrever um diário?! NUNCA, não ficarei dia a dia revelando meus pensamentos ocultos. Puro preconceito, novamente, meu!

Obviamente, o site é muito melhor confeccionado que um blog, você cria o seu layout, o projeto surge primeiro em seus pensamentos e depois você desenvolve o designer desejado. Essa era a minha paixão pelo site, paixão de quem gosta de designer, de quem desde cedo nunca deixou de lado nem o lápis de cor e nem o hidrocor, paixão de quem gosta de cores, de desenhos, de arte. Porém, estou começando a descobrir que há várias possibilidades estilísticas também no blog, descobrindo aos poucos, falta muito para quem sabe HTML básico ou usar, apenas, o Flash, o Dreamweaver e o Firework, mas que ainda não aprendeu linguagem de programação, não sabe CSS, entre outros.

Essa é a primeira questão, designer, a segunda que enunciei sobre escrever um diário também não me parecia atrativa. Mas através das redes sociais pude ir conhecendo alguns blogs, a ferramenta Twitter para quem gosta de muito humor em frases curtas. E assim, fui me dando conta de que escrever um blog era exatamente o que eu precisava, mas porquê? Porque em todo esse tempo tenho tido poucos leitores e uma imensa vontade de me expressar... Não escrever um diário, essa prática eu abandonei aos 15 anos, quando ganhei o meu primeiro e descobri que era um porre! Gosto de crônicas, gosto de me aventurar, como diz Paulo Freire, em ler o mundo, gosto de observar as situações, o comportamento das pessoas, gosto de investigar, acho que posso me chamar de antropóloga comportamental. E é como antropóloga comportamental que vi e, decidi, o blog é o que eu preciso no momento. O blog vai de encontro a uma necessidade extrema há muito tempo latente, a necessidade de me expressar e, principalmente ser ouvida, então inaugurado está esse espaço para me ajudar a escrever crônicas diárias, situações sérias, hilariantes, desafiantes, entre outras que eu venho vivendo e que possa observar no comportamento diário da alteridade...

Podemos dizer que essa decisão foi um parto, desde a primeira vez que ouvi sobre a eficiência dessa ferramenta e a minha decisão em usá-la, passaram-se um ano e meio. Porém, acho que isso também tem uma explicação plausível, o parto seria o começo da explicação, bem em mim que desde tenra infância já houvesse consciência do que eu era e do que eu queria fazer, na prática, isto só foi se delimitando com os anos. Na verdade, muitos anos depois, isto é, ainda que eu quisesse ser escritora o que eu escrevia era muito comum ou repetição de alguma realidade, sem alma, sem poesia e sem verdades inerentes. Por assim dizer passei anos perguntando a mim mesma se eu era de verdade uma escritora ou se só tinha o desejo de sê-lo? Eu não escrevia bem, mas dentro de mim eu sabia que podia fazer melhor, mas não conseguia entender tudo o que estava em mim e muito menos colocar em palavras. Porque eram apenas sentimentos e não um texto coerente e coeso, porque eu era imatura, essa foi a primeira resposta, acontecida ainda no tempo da infância, então não podia escrever ainda porque não tinha maturidade para tal.

A criança cresceu e está aparecendo, dessa forma, quando entre outros momentos, indo para a praia com uma amiga, ela pode estabelecer comigo esse cronograma oficial de vida e disse: “Acho que esse ano foi o seu bar mitzvah” e a ‘ficha caiu’, era verdade, foi 2009 o momento que eu fiz a ruptura, tardia, diga-se de passagem, mas necessária e válida, pois não há um momento, qualquer momento é o momento e esse é o meu momento. Essa é a minha nova vida agora, uma vida adulta, atrasada, mas reforçando válida e esse meu momento se desdobra e cresce cada vez mais em paixão, paixão pela vida, paixão pelas pessoas, paixão por mim e, principalmente, pelo meu gesto de escrever, meu dom de escrever.

Paixão, é isso que é a pessoa Margareth, não me contento com coisas que não tenham vida, não me acomodo a mesmice, mesmo que como ser humano normal, viva com ela sim. Mas a minha luta é uma luta artística, uma luta de criação, preciso me expandir através da criação. E hoje brotam idéias, brotam sentimentos, sinto como se não pudesse mais estar distante do teclado, distante das idéias e das verdades que tenho aprendido e vivido, distante de mim mesma e da minha realidade criadora.

Margareth Sales

4 comentários:

  1. Olá até que consegui acessar o seu blog. Gostei dos textos e sei o quanto gostas de escrever, espero que este seja a porta de entrada pra o seu sucesso. Agora aguenta coração. Beijos

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  2. Nós (leitores) agradecemos por ter tomado esta decisão. Espero ver esses textos compilados em um livro num futuro próximo. Estarei na fila de autógrafos!!!
    Grande beijo!!!

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  3. Dear Margareth,
    o blog com certeza foi uma decisão inteligente de mostrar a todos o eu trabalho, e acredito que vai acontecer o que vc realmentte e espera, conte comigo com isso, sei que estou um pouco em débito com vc... rsrsrs, mas tudo vai acontecer na hora certa!
    Parabéns pelo blog!
    Kisses,
    Higor Azevedo

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  4. Já devia ter feito o blog a muito tempo... e nos presentear com textos tão reflexivos e inteligentes!

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