quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crônica dos Tempos Finais
Um pequena historinha




Genipapo cresceu numa família humilde e no subúrbio, lá para os idos dos anos 70 e como toda criança dessa época que ao invés de ganhar um autorama ganhou um carrinho de madeira, sonhava em ser grande. Não era de tamanho, claro, era ser alguém!

Mas nosso ator social tinha um problema, um problema muito sério para quem desejava ser grande: não tinha acesso a leitura! Putz, agora pegou, como Genipapo superará esse conflito? Afinal de contas sem os livros os grandes não se estabelecem... Sorry, retiro: Lula conseguiu?!

Então Genipapo passou a maior parte de sua infância fazendo o que os meninos de sua idade fazem: soltar cafifa, jogar bola de gude, peão e, principalmente, correr atrás dos rabos de saias da vizinhança!

Ele era um menino vibrante e como gostava de correr atrás de rabos de saias, esses não lhe faltavam, pois todo homem que gosta muito de uma mulher dificilmente fica sozinho. Então, obviamente o protagonista conheceu os favores sexuais de uma mulher muito cedo e aos 16 anos já se considerava um Martinho da Villa, já tivera mulheres de todos os jeitos!

Como a única coisa que andava nessa época era sua vida afetiva ou farras? Mas sem trabalho, sem estudo e sem expectativas para onde nosso querido Genipapo encaminhava sua vida? Meio perdido, se sentindo um pouco broxa, por ver que alguns de seus amigos conseguiram dar by by ao medíocre bairro em que viviam, foi rondar por ai sem destino certo.

Nesse preâmbulo, se sentindo angustiado, talvez triste mesmo, dá de cara com uma igreja e pensa, vou entrar, quem sabe não descola uma rapidinha com essas saias compridas... Porém ao entrar acabou se deixando levar pela eloquência verbal, além de toda a técnica de vendas que aquele Pastor usava. Deixou-se levar pelo momento e pela baixa de serotonina que vivia: converteu-se! Bem, era o que achava...

Genipapo então aprendeu que poderia também ser famoso, ter fãs, como o seu amigo que se tornou médico ou o primo que terminava o curso de direito. E o mais importante: não precisava se matar de estudar como os manés citados! Na realidade, não precisava nem de perder tempo lendo a Bíblia, para quê? Decorava versículos chaves, lançava o famoso sentimento de culpa sobre um povo que já tem esse sentimento arraigado e voilà, seria um grande pregador.

Imbuído dessa realidade, o papo do Genipapo se tornou o 171 do meio evangélico, mas ele nem ligava, estava acostumado... Em seu convívio quase 100% eram assim, claro ninguém admitia que era tudo uma farsa... Fake do fake, mais fake do que os fakes que povoam o twitter!

Bem, a grande verdade é que o final dessa história não tem tanto glamour quanto o que nosso famoso papinho recebeu em vida. Porque muitos anos se passaram desde que o famoso conversa mole entrou para a igreja e conquistou os fãs, só que algo que o dinheiro, as plásticas e as fontes de juventude não puderam supor, chegou: a morte! E essa não teve misericórdia, foi logo sacando o revólver e dizendo:

- Eu avisei que terminava... Não tenho tempo para gracinhas e ou tá ou não tá, ou mergulha fundo, ou cai fora! - Na realidade essa fala continha duas opções ou ia para a morte mansamente, como uma ovelhinha que nunca foi ou tentava correr dela.

Bem, a dona morte estava louca que ele optasse pela segunda proposta, a muito tempo que não caçava e com essa época de vacas gordas para ela, não faltava trabalho: aviões aos montes caindo, desastres naturais, estava meio que sobrecarregada!

De qualquer forma, não sabemos qual foi a escolha de Genipapo. A única coisa que posso afirmar com absoluto conhecimento de causa é que Genipapo recebeu em Terra tudo o que queria, que almejou e que desejou, por isso o outro lado acabou não sendo tão misericordioso com ele! Mas isso é outra história!
Margareth Sales

4 comentários:

  1. Tantos Genipapos por aí... Triste isso de ficar se dando bem em cima dos outros.
    Bjs

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  2. Temos a tendência de imitar aqueles que se sobressaem, principalmente socialmente. Ninguém quer ser desprestigiado socialmente. E, para isso, os "genipapos" se aproveitam de diversas situações, andam ao nosso lado, criam amizades e adorações. E desta forma, são aceitos pela sociedade e pela hipocrisia que nela impera. O que fazer? Quem deve mudar: a sociedade ou os genipapos?

    Sou aluna de Currículo no pólo de São Fidélis e vim visitar o blog a seu convite. Adorei!! Parabéns!

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  3. Maravilhoso... Sensacional... Ri muito!!! Na minha vida também tem um Genipapo... Putz!!!

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  4. Bom texto como sempre,"esses genipapos" da vida sempre acham que estão por cima da carne fresca, mas na verdade estão por aí sozinhos e qase sempre mal amandos... Rs

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