sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre o dia dos namorados

Bem, tentarei escrever de uma forma diferente, sobre algo já escrito, a sedução do capitalimo, dos modismos, do siga a multidão e não seja diferente, podem te taxá-lo de maluco! O que de verdade ocorre é que sempre tem alguém dizendo o que você deve fazer, quando não, o que deve ser. Não há espaços para a reflexão pessoal, escolha pessoal. Isso está tão arraigado em nossa sociedade que criou-se uma cultura do conselho, ninguém nunca entendeu o velho ditado, que se conselho fosse bom, não se dava, vendia. E saem tascando conselhos como uma metralhadora-matraqueira e não tão bem intencionada quando poderia parecer a primeira vista. São conselhos do tipo: porque você não tem namorado ou, talvez, se já chegou a essa idade toda... Putz, não tem mais jeito para você, a velhice e a solidão te esperam na virada da esquina.

A minha primeira reflexão disso tudo se encontra relacionada a um dos mecanismos de defesas humanos mais usados em nossa sociedade, ou seja: a transferência que se encontra mascarado também pela metralhadora-matraqueira do conselho. A Transferência é então colocar na conta dos outros o que diz respeito a nós mesmos ou seja, acusamos os outros de defeitos ou mesmo comportamentos que não fazem parte do referencial dos outros, mas dos nossos. Então, o problema que impomos, que “diagnosticamos” no outro é um problema que se encontra arraigado em nosso cerne, ou em nosso inconsciente e atribuimos como advindos da alteridade, o que não se constitui em uma verdade.
Então cumpre ressaltar que os que estão tão preocupados que o seu dia dos namorados você passará na mais isolado dia de sua vida, solitário, empoeirado e com teias de aranha. Talvez quem te diga isso, na realidade, é o que se enxerga em seu interior nessa condição! Falei! Caros leitores, não se preocupem com a condição pessoal do outro, pois essa é determinante de uma escolha pessoal, isso significa que quem não comemora o dia dos namorados, na maior parte das vezes, não se importa com tal e porque, então, você se importaria? Posso responder, você se importa porque é muito mais fácil esperar que todos se enquandrem em sua condição do que supor que o que você mais desejou durante toda sua vida: ter alguém acabou se tornando um preço caro demais e, de verdade, você inveja aquele que está sozinho e sem preocupações.
Bem, a assertiva acima é apenas uma pequena visão do todo, da realidade, nem todos estão com tanta inveja assim dos solteiros, mas todos sabem de verdade que optar compartilhar a vida com o outro é complicado mesmo. Porém, faz parte do amadurecimento dividir a vida com o outro, se entregar e é isso que se configura um verdadeiro dia dos namorados, um espaço onde duas pessoas querem de verdade curtir juntas, não onde essas mesmas duas pessoas se seguram uma na outra para suprimir a falta que sentem em seu coração de si mesmos. Curtir a si mesma, seu espaço, sua casa, suas coisas quando alguns curtem um relacionamento é saudável, com certeza, tudo, realmente, tem seu tempo.
Então o que eu penso do dia dos namorados? Maravilllhhhooosssoo!!! Tanto como o Natal, Ano-Novo, Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, etc. Isso significa, se você tem amigos, família para comemorar o Natal e o Ano-Novo, amém! Se está a milhas de distância de todos, por diversas situações, porque se angustiar? Se existe um namorado para presentear com um ovão, lindo! Se não... A vida continua e muito bem! Seria lindo fazer um jantar de dia dos namorados no sábado? Claro, mas esse ano para mim não dá, primeiro porque não há namorado, depois porque tenho 4 provas para fazer, por isso, a minha preocupação não é o namorado, mas Matemática em Educação, EJA, Língua Portuguesa na Educação 2 e Teatro e Educação, o resto é fichinha...
Quando chamo algo de fichinha é porque quero esclarecer que os que não comemorarão o dia dos namorados é porque estarão comemorando diversas outras situações tão importantes ou mais importantes que. Então nada é obrigatório, ninguém é obrigado a seguir a multidão, e tem toda liberdade em se colocar em posição contrária ao caminho que todos vão.
A única coisa que é de verdade obrigatária para quem se gosta é ser feliz e isso significa escolher as próprias escolhas, decidir os próprios caminhos e não se abalar porque todos estão fazendo e eu sou o único ser miserável nesse mundo doido, que não. Isso, obviamente, é falacioso, dia dos namorados não tem fórmulas mágicas para felicidade, essa se encontra em você, quando você se encontra com você e se ama, se paquera e não admite que nada menor do que tudo o que você merece lhe tire o chão. Diante dessa convicção ganhou-se o amor, ele é meu, eu o conheço e posso mostrar a quem eu desejar!
Margareth Sales

2 comentários:

  1. Você sabe que você não escreveu sobre o dia dos namorados, mas sobre o capitalismo, o que fico preocupado é que sinto que você irá sempre malhar em ferro frio, o capitalismo não acabará e as pessoas continuarão comprando para preencher vazios interiores.
    De qualquer forma, muito bem pontuada a característica de transferência, como você já havia me dito é o mal-estar da nossa civilização. Ler seus textos para algumas pessoas não é tão fácil de verdade, porque você fala de coisas que muitos deveriam saber, mas que não sabem. Porque não posta numa revista feminina? Te vejo mesmo como a personagem que você gosta: Carrie Bradshaw e te imagino sempre ela! Saudades dos longos papos.
    Um abraço, continue melhorando sua escrita.
    Paulo

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  2. Eu me identifico muito com seus textos!
    Virginía Niedo

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