Depois
desse título a vaca foi, definitivamente, para o brejo. Não que a vaca quisesse
caminhar por caminhos tão ermos, mas quando se está fadado a ir para o brejo,
para o brejo se irá. Na realidade, nossa querida vaquinha sonhou com coisas
melhores, mas a vida é isso ai: uma sucessão de respostas para perguntas que
não fizemos.
Bom seria que a vaca pudesse escolher
determinar se o brejo era o local mais apropriado à sua cútis tão delicada. Vê
lá se brejo é o local apropriado para uma vaca de família, marcada no melhor
estilo do ferro quente. Afinal, vaca que mamãe beijou sapo qualquer do brejo
não põe a mão.
Mas lá se foi, solitária, fazendo o
melhor que podia de sua triste sina. Mas eu hein? Tadinha da pobre vaca, sempre
lutadora, buscando seu lugar ao sol e foi lhe sobrevir destino tão trágico. No
entanto, resignada caminhou a passos firmes para o seu brejo, ciente de que
algo lhe tiraria dessa solidão desumana ou desvaca?
Na cidadezinha brejeira onde a vaca
morava ninguém acreditou que tal ocorrido fosse verdade. Até porque, todos
acreditavam que dentro daquela cidade a única com possibilidades de ascensão
seria a vaca. Mas destino traçado é destino cumprido e a vaca foi e,
provavelmente, não voltaria mais... Deixando para trás corações suspirantes que
nem ela mesma percebera em algum momento.
Por isso que se diz que não podemos
perder tempo e devemos dizer para que no futuro o que deveria ter sido dito,
não fique sem ser dito para que não se transforme o dito pelo não-dito e
dizendo em outras palavras... FERROU!
Caminhante solitária dessas grandes teias que envolvem a vida de todos,
não percebeu que podia ser menos solitária porque tinha muitos boizinhos
querendo enlaçar a pobre vaquinha desavisada. É muito amor na veia!
Bem, eu acho mesmo que não tem jeito, a
vaca não tem sorte e já passa das 4 da manhã, tá na hora de naninha, ir para
cama que a noite não é criança nada, é só a classe dominante mais uma vez te
enganando. E claro, amanhã é domingo e se ele pede cachimbo vou é tomar Nescau
ou Toddy (comercial não pago, claro) para na mesma veia do amor que os
boizinhos cultivaram pela vaca eu possa ter energia circulando nestas e na
massa cinzenta para não enrolar meu público com historinhas para boi dormir.
Margareth
Sales